domingo, 15 de janeiro de 2012

APOSTILA SOBRE DIACONIA



O  D I A C O N A T O




I. A ORIGEM DO OFÍCIO

           A palavra "diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) que é encontrada algumas 30 vezes no Novo Testamento. Palavras semelhantes são diakonia (ministério, diaconato, serviço, socorro) e diakoneo (servir ou ministrar). "Diácono" quer dizer "atendente" ou "servente". A mesma palavra descreve escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho. Diako (Moço de Recados) é usada com relação a pessoas que servem a outros.
A palavra DIAKO não aparece no N.T., porém é a raiz de todas as demais. As três outras acima ocorrem cerca de cem vezes no N.T., ainda que na sua maioria não se relaciona a um sentido técnico para indicar uma classe de pessoas com funções especializada na igreja. Quanto a este aspecto, concluímos que todos os crentes em Jesus devem ser um diácono.
Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos (João 2:5,9), e governantes (Romanos 13:4), mas os usos mais comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, um em relação aos outros (Mateus 23:11), e Paulo usou a mesma palavra freqüentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Coríntios 3:5; Efésios 6:21; etc.). Estes termos, nos usos gerais, descrevem tanto homens como mulheres (veja Lucas 10:40; Romanos 16:1). Todos os cristãos devem servir uns aos outros (1 Pedro 4:10).
A palavra "diácono" é empregada num sentido específico em 1 Timóteo 3:8, onde Paulo começa a lista de qualificações de alguns servos especiais escolhidos na igreja. É claro que ele não está falando sobre servos no sentido geral (todos os cristãos), porque as qualificações definem um grupo limitado de homens. Veja as qualificações desses servos:
É perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no capítulo sexto de Atos. A palavra “servir” (diakoneo) em Atos 6:2 é exatamente a mesma que se usa para designar o ofício de diácono em 1 Tim. 3:10,13, que é o verbo correspondente para diáconos em Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8,12.
            Interessante e instrutivo é notar como os primeiros diáconos receberam seu ofício. Foram eleitos pela Igreja. “Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram: “não é justo que desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre vós, irmãos, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobre este negócio.” (Atos 6:2,3).
            Os apóstolos investiram os diáconos do seu ofício, ou ordenou-os, como vemos no verso seis, sendo este o significado de “nomear” no verso três; mas os apóstolos não presumiram de os eleger: isto deixaram à igreja. Nem mesmo recomendaram à igreja os que ela devia escolher:  deixaram a igreja achar isto do Espírito Santo. Foi isto um assunto excepcionalmente importante, mas os apóstolos não se arreceiaram de o confiar à igreja. É isto um excelente exemplo da democracia das igrejas do Novo Testamento.

I. OS DEVERES DESTE OFÍCIO

            Os primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para “servirem às mesas”, isto é, distribuir alimento aos necessitados , especialmente as viúvas. Mas do fato de o ofício tornar-se permanente (Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13) e do fato de nenhuma outra igreja além da de Jerusalém, tanto quanto sabemos, ter a comunhão de bens que reclamava o estabelecimento original do ofício, tanto quanto as qualificações dadas em 1 Tim. 3:8-13, inferimos que as obrigações do ofício devem ter passado por expansão. Talvez os diáconos vieram a encarregar-se de todos os negócios seculares da igreja e a ser auxiliares do pastor nos assuntos espirituais.
            Com tudo, seja-o levado em mente que os diáconos são “servos”, segundo o significado do título e não patrões. São para receberem instrução da igreja mais do que ditarem à igreja. São para ajudarem o pastor mais do que dizer-lhe o que deva fazer. Lembrem-se sempre que o ofício é subordinado ao do pastor.
            O abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em muitas igrejas. Talvez isto seja porque a devida atenção não tem sido dada às qualidades escriturísticas de diáconos, as quais dirigiremos agora nossa atenção.





III. AS QUALIFICAÇÕES DE DIÁCONOS

COMO DADAS EM ATOS 6

ATOS 6.1-7
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos. E divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé.
 (1). Homens de boa reputação
Os diáconos são para ser homens de boa reputação (testemunho) em geral. São para ser homens em quem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo, seriam homens que são escrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados.


 (2). Cheios do Espírito
            O Espírito Santo está em todo crente (João 7:38,39; Rom. 8:9,14; 1 Cor. 6:19; Gal. 4:6; Efe. 1:13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita conosco para sempre. Os que estão verdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas. Se for para o Espírito encher-nos, devemos esvaziar-nos do eu e do mundo. É somente de homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer diáconos.
 (3). E de sabedoria
            Os diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aqui mencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tiago 1:5, 3:17). O senso comum é o pensar comum do homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal. E a mente carnal é inimiga contra Deus (Rom. 8:7). Muito dano resulta de se experimentar levar avante os negócios de Deus segundo a maneira dos negócios seculares. Tiago 1:5 fala como conseguir a sabedoria necessária e daí fazer  um bom diácono.
2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3
 I TIMÓTEO 3.8-13
 Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não de língua dobre, não dado a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé numa consciência pura. E também estes sejam primeiro provados, depois exercitem o diaconato, se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as mulheres sejam sérias, não maldizentes, temperantes, e fiéis em tudo. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.
(1). Sério
            Isto quer dizer que os diáconos são para ser dignificados, de mente séria e livres de leviandade e maledicência. Não quer dizer que são para ser de caras compridas.
 (2). Não de língua dobre
            Isto quer dizer que os diáconos não devem ser homens de duas conversas. Os diáconos devem ser homens cuja palavra possa ser crida. (Mt 5.37)
 (3). Não dados a muito vinho
            Nos tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas como são hoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era proibido. Mas hoje elas têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os crentes, especialmente pastores e diáconos, abster-se totalmente mesmo de vinho, exceto para fins médicos e sagrados. (Ef. 5.18; Rm. 14.21; 1 Tm 5.23)


 (4). Não cobiçoso de torpe ganância
            Um diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro. Se ele for, ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande tem sido a vergonha trazida às igrejas por causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com dinheiro da igreja.
 (5). Retendo o ministério de fé numa pura consciência
            Os diáconos deveriam ser sãos na fé. Não são ensinadores oficiais, mas terão muita necessidade de testemunho privado. Nada senão um batista ortodoxo devera ser eleito diácono. Quem crê que uma igreja é só tão boa como outra, ou um que pelo menos está gafado de modernismo, ou um que nega qualquer verdade fundamental da Bíblia não está apto para ser diácono. O diácono é para sustentar a fé numa pura consciência – alguém que tenha sido purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo. Semelhante consciência estará livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regulado por devoção e sinceridade.
 (6). Sejam estes também primeiro provados
            Como com os bispos, assim com os diáconos ; sobre nenhum homem imporíamos mãos repentinas ou apressadamente (1 Tim. 5:22). E como um bispo, um diácono não deveria ser um noviço, ou um vindo de fresco à fé (1 Tim. 3:6). Não deveríamos eleger homens como diáconos só para honrá-los, nem por serem influentes ou ricos, mas somente quando se provaram na posse de qualificações escriturísticas.
 (7). Suas esposas devem ser sérias, não maldizentes, sóbrias, fiéis em tudo.
            Contendem alguns que aqui são referidas diaconisas. E enquanto esta idéia pareça ter algumas coisas em seu favor, todavia a consideramos longe de ficar estabelecida. Notemos os argumentos costumeiros dados como prova que a referência aqui é a diaconisas: 
            A. Afirma-se que um tal oficio existiu em algumas igrejas do Novo Testamento ao menos, desde que Febe é chamada uma “diakonos” (Rom. 16:1).
            Mas “diakonos” aparece em muitos outros logares em que não se quer significar o ofício de diácono. Vide 2 Cor. 2:6, 11:22; Efe. 3:7, 6:21; Col. 1:7,23,25; 1 Tess. 3:2; 1 Tim. 4:6, onde “diáconos” está traduzido por “ministro”. Esta palavra e suas formas cognatas aparecem em muitos outros logares semelhantes ao acima também. Em vista disto, temos certamente um fundamento muito leve para o ofício de uma diaconisa só porque “diáconos” está uma vez aplicado a uma mulher. É perfeitamente evidente que Febe, por sua energia e sua riqueza, fora uma “socorredora de muitos” e do apóstolo Paulo também (Rom. 16:1); portanto, ela foi chamada uma “diácono”, ou uma que ministra a necessidade de outros. Não há prova de que ela serviu oficialmente nesta capacidade.
            B. Supõe-se também, que as mulheres mencionadas em Fil. 4:3 eram diaconisas.
            Mas aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá aqui o mais leve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres que assistiram a Cristo no Seu trabalho; maravilha se elas também foram diaconisas?
            C. Arque-se que um tal ofício existiu nas igrejas pos – apostólicas.
            Mas muitas coisas existiram na maioria das igrejas post – apostólicas que não foram de instituição divina.
            D. Diz-se que o “grego não tem “suas esposas”, mas simplesmente mulheres, sem artigo ou pronome, e é, portanto, devidamente vertido, não “suas esposas”, mas mulheres e, neste contexto, diáconos femininas” (H. H. Harvey).
            Verdade é que o grego não diz expressamente “suas esposas”, e, enquanto a palavra para “esposas” é uma palavra que signifique  simplesmente “mulheres”,  contudo é a única palavra em o Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra que seria usada para denotar esposas. O pronome possessivo é facilmente entendido desde que diáconos estão sob discussão. Quanto à omissão do artigo, não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos no verso 8. E quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma esposa, acrescenta força à idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11.
            E. Arque-se que não há razão para definirem-se as qualificações das esposas de diáconos enquanto que nada se diz das esposas de bispos.
            Não há razão para limitar “suas esposas” às esposas de diáconos. Cremos que se refere tanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhante interpretação nada tem a ver contra. E cremos que é correta.
 (8). Sejam os diáconos os maridos de uma esposa, governando bem seus próprios filhos e suas próprias casas.
            Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter seus filhos em sujeição. Uma das maiores necessidades práticas deste tempo é um reavivamento da autoridade paterna dos velhos tempos. A autoridade frouxa, se autoridade de fato pode ser chamada, na média dos lares cristãos hoje, é uma vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem é conspícua pela sua ausência aos cultos na maioria dos lugares. São criados a ter seu próprio caminho e não segundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na maior parte, obedecem quando lhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filhos e não para deixar que seus filhos o governem. E o diácono é para ser o cabeça de sua casa, porque a Escritura não só especifica que é para ele governar seus filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é para o marido ser o cabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o mais feliz dos lares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de fazer o melhor que puder.





IV. A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM DIÁCONO
           
            O verso 13 de 1 Timóteo 3, dá-nos a recompensa de um diácono. Se ele bem servir como um diácono, ele adquire um bom grau e grande ousadia na fé. O Novo Testamento retrata o diaconato  como um ofício exaltado, que tem sido muito degradado por causa de nossa falha em respeitar as qualificações lavradas na Escritura e por nossa alteração da obra de diáconos para assentar as nossas próprias noções.
            Deus há de recompensar todo servo bom e fiel naquele grande dia (Mt. 25.21). No dia em que todos nós haveremos de comparecer diante do tribunal de Cristo ( 2 Cor 5.10). Que o Senhor nos ajude a cumprir nosso ministério e a suportar as tribulações e perseguições desta lida, pois o que está preparado para nós é bem mais além do que pedimos ou pensamos. Aleluia!
“Mas, como está escrito:
 As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram,
nem penetraram o coração do homem,
são as que Deus preparou para os que o amam.”       (1 Cor 2.9)





V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
           
            Este breve comentário sobre diaconia Cristã não é documentário absoluto e sumamente completo. Cada igreja ou denominação pode adequa ao seu regimento interno. O intento aqui é uma pequena contribuição para discutir e repensar numa diaconia que atenda a demanda pública do contexto social em que a igreja hoje se encontra inserida. Vale salientar a necessidade de complementar esta apostila com mais alguns temas mais abrangentes propostos, isto é, LITURGIA, ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA, ATENDIMENTO AO PÚBLICO E AÇÃO SOCIAL.
            Final mente possamos buscar um sistema seguro, eficaz e relevante para um melhor preparo  do corpo diaconal, pois diaconia não é dom espiritual é atitude voluntária do coração cristão movido pelo amor fraternal, e esse sim, é um dom divino.





SITES CONSULTADOS


 Prof° Gildelanio da Silva - Mestrando em Teologia
gildelanio@hotmail.com (83.8885.3936 / 9965.1398 / 9154.5248)
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