A Diferença entre Adoração Congregacional e um Show
John Piper, escrevendo em 2008:
Treze anos atrás, nós perguntávamos: qual deveria ser o som
que define a adoração pública na Bethlehem, além da voz da pregação bíblica?
Nós queríamos dizer: deve ser órgão, piano, guitarra,
bateria, coral, equipe de louvor, orquestra, etc.? A resposta que demos foi:
“os membros da Bethlehem cantando”.
Alguns pensaram: isso não ajuda muito a decidir quais
instrumentos devem ser usados. Talvez não. Mas ajuda absurdamente a esclarecer
o significado de tais momentos.
Se a Bethlehem não está “entoando e louvando de coração ao
Senhor” (Efésios 5.19), então está tudo acabado. Nós declaramos falência e
fechamos. Este não é um compromisso pequeno.
James K. A. Smith, escrevendo ano passado, fez uma
declaração semelhante. Enquanto pode haver algumas exceções ao que ele diz
aqui, penso que é totalmente correto em relação ao principal impulso da
adoração congregacional cristã.
1. Se nós, a congregação, não podemos nos ouvir, não é
adoração.
Adoração cristã não é um show. Em um show (uma “forma de
apresentação” particular), nós frequentemente esperamos ser completamente
imersos no som, especialmente em certos estilos de música. Em um show, nós
esperamos aquela estranha espécie de privação sensorial que acontece com a
sobrecarga sensorial, quando o golpe do baixo em nosso peito e a onda de música
sobre a multidão nos deixa com uma sensação de vertigem auricular. E não há
nada errado com shows! Só que a adoração cristã não é um show. A adoração cristã
é uma prática coletiva e pública — e o som unificado e a harmonia da
congregação cantando junta são essenciais à prática da adoração. É uma maneira
de “apresentar” a realidade de que, em Cristo, somos um corpo. Mas isso requer
que, de fato, sejamos capazes de ouvir nós mesmos e nossos irmãos e irmãs
cantando conosco. Quando o som amplificado do grupo de louvor supera as vozes
da congregação, não podemos ouvir nós mesmos cantando — então perdemos o
aspecto público da congregação e somos encorajados a efetivamente nos tornarmos
adoradores “particulares”
2. Se nós, a congregação, não podemos acompanhar, não é
adoração.
Em outras formas de apresentação musical, os músicos e as
bandas irão querer improvisar e “ser criativos”, oferecendo novas adaptações e
exibindo sua virtuosidade com todo o tipo de firulas, pausas e improvisações
sobre o tom recebido. Novamente, esse pode ser um aspecto prazeroso de um show,
mas na adoração cristã isso só significa que nós, a congregação, não podemos
acompanhar. Então sua virtuosidade dá lugar à nossa passividade; sua
criatividade simplesmente encoraja nosso silêncio. E enquanto você pode estar
adorando com sua criatividade, a mesma criatividade, na verdade, cala a canção
congregacional.
3. Se vocês, o grupo de louvor, estão no centro da atenção,
não é adoração.
Eu sei que normalmente não é sua culpa que o tenhamos
colocado na frente da igreja. E eu sei que você quer ser modelo de adoração
para que nós o imitemos. Mas por termos encorajado você a basicamente importar
formas de apresentação do meio artístico para o santuário, podemos não perceber
que também involuntariamente encorajamos um senso de que você está no centro da
atenção. E quando sua performance se torna uma demonstração da sua habilidade —
mesmo com a melhor das intenções — é difícil contrariar a tentação de fazer do
grupo de louvor o foco da nossa atenção. Quando o grupo de louvor toca longos
períodos instrumentais, os quais podem ser considerados pelo próprio grupo como
“ofertas para Deus”, nós, a congregação, nos tornamos completamente passivos, e
por termos adotado hábitos de tomarmos como exemplo a música dos Grammys e do
meio artístico, nós involuntariamente fazemos de vocês o centro da atenção.
Pergunto-me se pode haver alguma reflexão intencional a respeito da localização
(ao lado? Liderar o louvor de trás?) e da performance que possa nos ajudar a
contra-atacar tais hábitos que trazemos conosco para a adoração.
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Por: Justin
Taylor; Original: The Difference between Congregational Worship and a Concert. Site:
thegospelcoalition.org Copyright © 2014 The Gospel Coalition.
Tradução: Alan Cristie; Original: A Diferença entre Adoração
Congregacional e um Show
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