AS ROUPAS PARA AS MULHERES À LUZ
DE DEUTERONÔMIO - 22.5.
Talvez
você já estudou a questão dos judaizantes, mas vale a pena salientar que não
estamos mais debaixo da lei e, sim da graça. Mas ainda encontramos nos dias de
hoje certos cristãos usando versículos isolados do Velho Testamento para tirar
a liberdades das mulheres.
Este
é um dos pontos mais difíceis entre alguns pentecostais. Sem ferir
ninguém, quero interpretar à luz da Palavra. Os nossos renomados mestres em
teologia são unânimes em afirmar que estão superadas as normas de Deuteronômio
22.5. Há igrejas que proíbem terminantemente o uso de calças compridas para
mulheres, usando este texto:
“A
mulher não usará roupa de homens, nem homem vestes peculiar à mulheres; porque
qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor teu Deus” (Dt 22.5).
Igrejas têm usado esta
passagem para condenar o uso de calça comprida para as mulheres dizendo que são
roupas de homens. Porém, os tais “líderes” não dizem que na época em que este
texto foi escrito as roupas eram semelhantes para homens e mulheres. Os judeus
(homens e mulheres) usavam vestidos e túnicas. A distinção dos sexos não estava
no tipo de roupa, pois todos usavam vestidos no tamanho e cores.
A palavra roupa no
hebraica “simlâh”, é a mesma que é traduzida por capa em Gn 9.23. estas
palavras significam: capa, manto, envoltório, vestuário, de homem ou de mulher,
especialmente uma grande roupa exterior [TREGELLES Samuel Prideuax. Geseniu’s
Hebrew and Chaldee. Léxico Grand Rapids: Eerdmans, 1954. p. 791].
[...] Aqueles que servem a Deus
simplesmente porque a letra da lei os obriga fazê-lo,
ainda estão sob o regime da Velha Aliança. Não aprenderam a respeito da Nova
Aliança. A maioria dos cristãos ainda está vivendo no regime da Velha Aliança.
Até dizem: “Tentei fazer isto e fazer aquilo”. Vivem sob a condenação da lei.
Embora cantem louvor a Deus e sejam do povo de Deus, têm dúvidas terríveis e
enfrentam problemas e lutas. Fazem boas coisas na igreja, mas quando vão para
casa, sabemos os problemas que tem. Estão vivendo pela Velha Aliança [ORTIZ. P.
163].
Jamais poderíamos usar um
versículo para fazer uma doutrina, assim como se critica os que
guardam o sábado, deixando outros mandamentos, que não conseguem cumprir. Tanto
é verdade, que o mesmo capítulo, que fala sobre vestes, fala também em matar o
filho rebelde, não usar roupa de lã com roupa de linho ao mesmo tempo, fazer
franja no cobertor de dormir e outros versículos, por exemplo: o homem não
podia cortar o cabelo arredondado e nem sequer danificar a barba. Veja o
exemplo:
“Não cortareis o cabelo
em redondo, nem danificareis as extremidades da barba” (Lv 19.27). “Não
farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão
a sua carne” (Lv 2.5).
A barba para os Judeus era símbolo
de dignidade, mas era vergonhoso raspado: “Tomou, então, Hanum os servos
de Davi, e lhes rapou metade da barba, e lhes cortou metade das vestes até às
nádegas, e os despediu. Sabedor disso, enviou Davi mensageiros a encontrá-los,
porque estavam sobremaneira envergonhados. Mandou o rei dizer-lhes: Deixai-vos
estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba; e, então, vinde” (2º Sm
10-4-5).
“Porque a lei foi dada
por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”
(Jo 1.17).
A lei aqui é uma
referência ao Antigo Testamento, em geral.
Nem mesmo o cumprimento da
lei exaltava realmente a Deus, pois Ele veria as pessoas servindo-O apenas por
obrigação, por serem compelidas a fazê-lo.
“Ora, sabemos que tudo o
que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o
mundo seja culpável perante Deus” (Rm 3.19).
Pela lei vem o conhecimento
do pecado: “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras
da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm
3.20).
O objetivo desta passagem não
é só demonstrar a culpa dos judeus e gentios como também julgar os seus
sistemas religiosos, todos incapazes de salvar o homem. A lei destina-se a dar
conhecimento do pecado (Rm 3.20, 4.15, 5.13, 7.7-11), e, mostrando-nos nossa
necessidade de perdão e de nosso risco de condenação para nos conduzir em
arrependimento e fé em Cristo (Gl 3.19 - 24). Ninguém será perdoado e aceito
por Deus pelas obras da lei.
Somos salvos pela fé não
pelas obras. A Bíblia diz em Efésios 2.8-10 “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Atos 15.11 diz:
“Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o
foram”.
“Mas agora, sem lei, se
manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de
Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem;
porque não há distinção” (Rm 3.21-22).
Após ter mostrado a
necessidade de ambos judeus e gentios para a justiça de Deus revelada no
evangelho (1.16).
Mas “agora” (o
tempo da plenitude por causa da vinda de Cristo, v. 26), a justiça de Deus,
isto é, a maneira de tornar-se justo que Deus designou. A justiça de Deus vem a
realização histórica através de Cristo e Sua obra.
Esta justiça foi
testemunhada por vários profetas e pela Lei – ambos o apontam, foi
declarada e visionada, mas só na vinda de Cristo e pelo Evangelho esta é
revelada e realizada.
Quando entendemos isso, quando
reconhecemos nossa condição de miseráveis pecadores, quando nos arrependemos e
confessamos nossos pecados, aceitando a Jesus como nosso Salvador, então somos
perdoados pela Graça de Deus, com base nos méritos de Jesus, nosso Substituto,
e não somos mais devedores da Lei (embora ela ainda continue a existir), mas
passamos a viver sob o domínio da Graça. E essa Graça é a fonte da “justiça de
Deus” como dom; justificação é o resultado.
Esta justiça não vem por
meio da lei nem é a justiça de Cristo pelas obras da lei, mas sim a
Justiça de Deus aparte da Lei. Não é uma simples justiça nem é requerida pelos
homens, mas sim uma Justiça Divina que é fixa nos homens que acreditam.
A justiça de Deus é
exclusivamente para aqueles que têm fé (“não há diferença, porque todos
pecaram”), seja judeu ou gentio (1.16, 17).
Na Nova
Aliança, a lei é anulada mediante o sacríficio de Jesus Cristo na cruz
do calvário.
“Portanto, por um lado, se revoga
a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca
aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior,
pela qual nos chegamos a Deus” (Hb 7.18).
A carta aos Hebreus de
escritor desconhecido, destinada aos hebreus convertido ao cristianismo, que
estavam misturando as ordenanças da lei com Salvação pela Graça mediante a Fé
em Jesus Cristo de Deus. ( Ef 2.8).
O escritor disciplina os
irmãos por ainda serem meninos porque já eram pelo tempo de cristão já ser
mestre na palavra de Deus, mas estavam precisando ser ensinado de novo as doutrinas
básicas da Nova Aliança (Hb 5.12).
A carta tem a finalidade de
separar lei da Graça, onde os que tem Salvação pela Graça estão sobre uma
superior Aliança, que não foi feita através de sangue animais mais do precioso
Sangue de Jesus, mas diante da Nova Aliança, mostra que houve uma mudança de
sacerdócio, que não vinha mais da tribo de Levi, e sim da tribo de Judá e com
isso mudaria as ordenanças da lei. Logo Jesus se tornou nosso Sumo Sacerdote
diante de Deus.
Foi criado um Concilio em
Jerusalém, para definir como os cristãos deveriam se comportar como Nova
Criatura como Filhos de Deus, já que hebreus que se convertiam insistiam em
continuar debaixo da lei, mas os apóstolos se reúnem em defesa do Evangelho de
Cristo e definem:
“...Por isso julgo que não se
devem perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas
escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição,
do que é sufocado e do sangue” (At 15.1-20).
O
apóstolo Paulo, com o Ministério de Apostolo e Doutor entre os gentios, onde
recebeu toda revelação para Igreja para que a mesma andasse por ela, que se
falou que alguem apresentasse outro evangelho que fosse considerado anátema (Gl
1.6-12).
O legalismo prima pelas
regras do Antigo Testamento. Pelas regras criadas pelo homem através
das tradições herdadas pelos pais. Como já disse, se pudermos reforçar
vigorosamente as regras criadas pelos homens como meio de santidade e salvação,
perderíamos o rumo para o céu.
Considero o legalismo, ser
o maior e o mais grave dos problemas da religiosidade, onde ela bate de frente
com o Cristianismo. Em momento algum os praticantes da religiosidade concebem a
atuação divina pela categoria da Graça, como doação e auto-doação divina. Para
eles só a graça não basta, tudo tem que ser barganhado e negociado.
Esta concepção legalista
anula a Graça, anula o sacrifício de Cristo, anula a redenção
proporcionada pela morte de Jesus na cruz. Neste ponto poderíamos traçar um
paralelo (ainda que bastante impreciso) com a ação dos judaizantes na Igreja
Primitiva, combatida enfaticamente pelo Apóstolo Paulo, na epístola aos
Gálatas:
“Sabendo, contudo, que o homem
não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também
temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e
não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Mas se,
procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados
pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não.
Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo
transgressor. Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de
viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça
de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em
vão”. (Gl 2.16-21).
O legalismo, como
disse, é o maior e o mais grave dos problemas deparados pelo apóstolo Paulo na
igreja primitiva e que igreja cristã ortodoxa ainda enfrenta.
Dessa forma, anula-se a fé
cristã. Este é o argumento que invalida as considerações de quem
avalia a religiosidade como um caminho válido para Deus, legítimo e até melhor
do que a fé cristã.
O legalismo tira do coração do
crente a alegria do Senhor e com essa ausência vai-se também o seu poder para
um culto de adoração ao homem. Nada resta senão uma confissão rígida, sombria,
tediosa e indiferente. A verdade é traída e o nome glorioso do Senhor torna-se
sinônimo de “desmancha prazeres”. Os cristãos sob a lei não passam de uma
triste paródia da realidade.
O autoritarismo
farisaico se manifesta na confusão do princípio cristão com
insistência em comportamento humano invés de fé e graça. Colocam-se como super
espirituais e usam suas experiências e regras similares, e citam frases
isoladas para descreverem essas experiências.
O legalista diz na verdade: As
coisas que pratico faço para ganhar o favor de Deus. Esquecendo do significado
da graça divina “Favor imerecido”.
Devemos compreender que
estas coisas não estão expressas nas Escrituras. Elas foram transmitidas ou
ditas ao legalista e se tornaram uma obsessão para ele ou ela. Torna-se um
cristão papagaio, só diz o que os outros já disseram. O legalismo é austero,
exigente e semelhante às leis por natureza. O orgulho que está no âmago do
legalismo opera em sintonia com outros elementos motivadores. Como a culpa,
medo, vergonha. Ele leva a uma ênfase sobre o que não deve ser, e o que não
deve fazer.
No capitulo 3.1 de
Gálatas Paulo diz: “Quando eu estava aí, ensinando a vocês a verdade,
apresentei um salvador que todo o castigo pelos seus pecados. A sua morte e,
subseqüente, ressurreição já foi o pagamento final de Deus pelos nossos
pecados. Pagamento total! Tudo o que tem a fazer é crer que ele morreu e
ressuscitou dos mortos por você. Ele foi publicamente exibido para que todos
vissem, e agora a verdade pode ser declarada para que todos creiam. Vocês
creram nisso certa vez e foram gloriosamente libertados. Mas, não agora. Quem
levou a mudar da lealdade à glória de Deus para as opiniões humanas, da obra do
Espírito para os efeitos da carne?”.
A Bíblia Viva contém
a seguinte leitura deste versículo: “Gálatas insensatos! Quem foi o feiticeiro
que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso? Em outras
palavras: “Vocês enlouqueceram? Quem roubou a sua mente?”. Paulo estava fora de
si. Quem havia hipnotizado os gálatas antes completamente despertos?
Em Gálatas 1.6, num
trecho anterior, ele admite o seu espanto: “Maravilho-me de que tão depressa
passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho”.
O legalismo é uma
atitude carnal que se conforma a um código, com o propósito de exaltar a
pessoa. O Código é qualquer modelo objetivo aplicável ao tempo; o motivo é
exaltar-se a si mesmo e ganhar méritos, ao invés de glorificar a Deus pelo que
Ele tem feito; e o poder é a carne, não o espírito, que produz resultados
externos somente similares à verdadeira santidade. Os resultados são, na melhor
da hipóteses, falsificações e não podem jamais aproximar a santificação
genuína, por motivo da atitude carnal e legalista.
“Porque, quando vivíamos segundo
a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos
membros, a fim de frutificarem pela morte” (Rm 7.5; Rm 6.13; Gl 5.19); “...
vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Rm 7.9).
“Agora, porém, libertos
da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que
servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rm 7.6).
O motivo de sua nova vida
frutificada não vem das demandas da lei, mas do desejo de corresponder
ao amor de Deus (v. 4). O Espírito Santo dá o poder de viver uma nova vida com
Cristo (v. 6).
A antítese entre o Espírito e a
letra (lei), aponta para o novo advento, aquele em que a Nova Aliança de
Jeremias é realizada (Jr 31.31-34). A letra significa a concepção de guardar a
lei exteriormente com toda a força moral que o homem pode levantar. “Espírito”
fala das novas relações e forças produzidas em Cristo Jesus pelo Espírito
Santo. Paulo procura mostrar para os cumpridores da lei que ela mata o homem
por ser difícil de cumprir. “A letra mata e o Espírito vivifica” (2ª Co 3.6).
Embora já estejamos no
século XXI, encontramos grupos de indivíduos “rígidos, sombrios, tediosos
e indiferentes, basta visitar algumas das igrejas evangélicas de hoje. É com
grande dor no coração e grande desapontamento dizer que as igrejas morrem
quando o pastor é legalista, pois são assassinos de almas. Os legalistas, com
sua lista inflexível de “faça” e “não faça”, matam o espírito de alegria e
espontaneidade daqueles que desejam gozar a sua liberdade em Cristo Jesus. As
pessoas estritamente legalistas na liderança tiram toda a vida da igreja,
embora afirmem estar prestando um serviço a Deus.
São regras humanas feitas
pelos homens com, eu creio, corações bons, querendo ajudar, mas no fim acabou
sendo mais um jugo sobre a noiva que não era para ser. Então, ainda temos que
responder, “Como nós devemos nos vestir na igreja?”.
Na Bíblia não encontramos nenhum versículo
que proíba as mulheres a usarem calça comprida no Novo Testamento, porque não
existia nem para homens e nem para mulheres.
Jesus
ensinando seus discípulos disse: “A Lei e os Profetas vigoraram até João;
desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo
homem se esforça por entrar nele” (Lc 16.16).
Usar a lei escrita por Moisés
para doutrina de usos e costumes é invalidar a graça de Cristo, adulterar
o evangelho segundo Jesus segundo o Novo Testamento.
Porque muitos não compreendem o
evangelho da graça? Paulo responde dizendo: “Mas até hoje, quando é lido Moisés, o
véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao
Senhor, o véu lhe é retirado” (2ª Co 3.15-16).
Muitos estão seguindo a
Moisés, e não a Cristo. Precisam tirar o véu que os deixa cego para a
verdade do evangelho (Jo 8.32).
Paulo, instrui o jovem
Timóteo, a combater os falsos ensinos. Por ignorarem tal exortação muitos se
entregam a “vãs contendas, querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o
que dizem nem o que afirmam” (1ª Tm 1.6-7).
O apóstolo é claro em
dizer que são malditos os que seguem a lei de Moisés: Todos quantos,
pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:
“Maldito todo aquele que
não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las”
(Gl 3.10). “Ninguém será justificado por Moisés porque o justo vivera da fé
em Cristo” (Gl 3.11). “Separados estais de Cristo vós os que procurais
justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito,
aguardamos a esperança da justiça que provém da fé” (Gl 5.4-5).
A função da lei não é
justificar ninguém. Somos justificados pela fé.
“Não anulo a graça de Deus; pois,
se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gl 2.21);
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em
madeiro)” (Gl 3.13).
No livro de Apocalipse o
Senhor Jesus disse para o apóstolo João: “Conheço a tua tribulação, a
tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram
judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás” (Ap 2.9).
Foi impressionante a forte
influência do farisaísmo nos tempos de Jesus e continua até hoje
no meio cristão. É visível o proceder cristão mesclado de farisaísmo nas
igrejas de hoje. O mundo nos chama de “crentes”; a religião nos chama de
evangélicos; mas o farisaísmo tem predominado entre os evangélicos e católicos
e poucos se tocam. Esse rosário de regrinhas não mencionadas na Palavra de Deus
que se estabelecem e incomodam os crentes, é farisaísmo.
É extremamente difícil
estabelecer quais eram as diferenças entre as vestes masculinas e femininas
nos dias de Moisés. Tanto os homens como mulheres usavam indistintamente capa,
cinto, casaco e vestidos longos. Muitas vezes as roupas de um homem e de uma
mulher eram exatamente iguais. Distinguia-se uma da outra, unicamente, pela
finura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres a cor.
O princípio básico apresentado
aqui é de que homens e mulheres devem honrar a dignidade do
seu próprio sexo e não tentar adotar aparência ou papel do outro. Esse
versículo proíbe claramente o travestismo, que é um desvio do comportamento.
Deus reprovou e é abominável a mudança do uso natural do sexo, tanto no Velho
como no Novo Testamento. O apóstolo Paulo exortando aos romanos diz: “...
porque até as mulheres mudaram o uso natural de suas relações íntimas por
outro, contrária a natureza; semelhantemente, os homens também deixaram o
contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade,
cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmo, a merecida
punição do seu erro” (Rm 1.27-28).
Alguns líderes interpretam o “uso
natural” como calça comprida ou abrigo. Mas, o ensinamento de Moisés
e de Paulo se refere à mudança de sexo, homem com homem ou mulher com mulher.
Não tem nada haver com calça comprida.
O que uma sociedade estabelece
como indumentária masculina e feminina não vale necessariamente para outra
região geográfica.
Não compete ao Espírito Santo
designar quais roupas são masculinas ou femininas. Experimente um
homem usar uma bota feminina ou vice-versa. Ou um homem usar uma calça
feminina. Não irá servir, porque o estilo masculino e o estilo feminino são
diferentes. Isso é convenção cultural, portanto, humana.
Deve se observar que as roupas e
tradições também variam de geração para geração. A calça comprida era
considerada roupa de homens no início do século passado. Como as mulheres
começaram a trabalhar fora de casa e necessitavam de roupas fortes que
protegessem suas pernas do frio e dos acidentes de trabalho, o uso acabou sendo
inevitável. Inicialmente, causava inquietação e gerava muita polêmica. Mas,
logo pode contar com o consentimento da sociedade. Porém, muitos líderes
permitem as mulheres usarem a calça comprida no trabalho, mas proíbem a usarem
quando vem aos cultos! Isso é uma hipocrisia!
Note que houve uma mudança
social e cultural sem atingir a moralidade das pessoas. Houve uma
mudança de tradição. Hoje as calças compridas já nem são mais roupas
masculinas, e sim neutras em seu gênero, tanto homens como mulheres podem usar.
Como nos tempos de Jesus
homens e mulheres usavam vestidões e não havia nenhum pecado, também em
nossos dias não há pecado para homens e mulheres usarem calças comprida. Mas,
sempre com decência.
Há outras vestimentas
que também são usados por homens e mulheres e não trazem nenhuma
inquietação, como por exemplo: as sandálias havaianas; camisetas de malhas;
certos tipos de casacos, usados para nos protegermos do frio; e até mesmo
alguns modelos de armação para óculos de grau. Hoje o que designa uma calça
masculina ou feminina é o estilo. Sendo assim, quando Deus ordena que a mulher
não se vista com roupas de homem, Ele não está escolhendo certo tipo de roupa,
mas apenas rechaçando o travestísmo, e a roupa intima de cada ser humano. O
ideal de Deus é que os homens queiram ser homens e as mulheres desejem ser
mulheres. A mensagem de Deuteronômio 22.5 trata de princípios, e não de uma lei
sobre moda.
Outro detalhe é que, se
fosse pela diferença entre homem e mulher, nós homens teríamos que voltar ao
uso de vestido; se é pelo costume do país que usamos a calça, elas também têm o
direito de usar o costume do país, sendo que as mulheres brasileiras também
usam a calça, mais que a saia e, muitas vezes, como abrigo contra o frio.
Entendemos que no Novo
Testamento temos apenas uma norma, ou seja, a que fala de vestes
decentes, conforme 1ª Tm 2.9, e disso não devemos abrir mão, é claro. Por outro
lado, não é porque a mulher, por exemplo, está usando vestido comprido, que
está obrigatoriamente decente, pois tudo o que chamar a sensualidade é
indecente, é lascívia.
Em certas igrejas, para
a maioria dos crentes, uma mulher usar calça idêntica a do homem é um pecado
mortal, mas não encontramos um texto bíblico que dê sustentação a essa idéia.
Ele vem apenas de uma má interpretação e tradição da igreja.
Se fosse indecente, nós os
homens, estaríamos sendo indecentes ao usarmos a referida calça, pois o nosso
corpo tem as mesmas condições de mostrar indecência. Além disso, usamos roupas
modernas e caras (ternos e gravatas), contrariando Lc 7.25 e Mt 11.8. Os
ministros não poderão comprar ternos atualizados, pois deverão cumprir Êxodo
39, se quiserem exigir que as mulheres cumpram uma má interpretação de
Deuteronômio 22.5.
Se for para manter a
distinção entre homem e mulher, existem diversos itens do
vestuário que podem caracterizar a mulher, como calçados, cabelo, blusa, bolsa
e outros, vistos que as vestes dos tempos bíblicos eram vestidos idênticos para
ambos os sexos e a diferença ficava por conta de outros detalhes, como o
comprimento do vestido, a textura do tecido. O homem diferenciava-se pela barba
e a mulher pelo véu.
Uma mulher com uma calça
descente se protege mais do que uma saia, num símbolo de mundanismo
como no entendimento de alguns. Se for provado que a coisa material provoca
indecência (que é um atributo moral), não se pode afirmar biblicamente que um
costume é mau.
Ensinam que a “igreja”
tem “regras” (tradições e doutrinas de homens), que foram condenadas por Jesus
(Mt 15.1-3, 9) e, sem base bíblica, fecham o reino dos céus para os aflitos e
necessitados. Enquanto Jesus tinha compaixão e misericórdia, os fariseus de
hoje são petulantes e donos da verdade.
Aprendemos em
missiologia que devemos respeitar a cultura de cada país, mas estamos
esquecendo que estamos na cultura de nosso próprio país, onde, especialmente,
na região sul, com temperaturas negativas; além de costume, é uma necessidade e
um direito constitucional do cidadão, tendo inclusive, amparo legal na
preservação da saúde. O uso da calça para a proteção contra o frio, na época do
inverno, é uma necessidade. É redundante dizer que, se a pessoa questionasse
seus direitos morais pela advertência em público, a Igreja teria problemas.
Nesse particular, existe um grande obstáculo, que tem levado muitas mulheres
optarem por outras igrejas que entendem não ser esse um problema de indecência,
nem de preceito bíblico, senão apenas de uma tradição, que deveriam ser
mantidas se não causassem a perda de muitas almas.
Temos visto que muitas
igrejas brasileiras assistem a confirmação de Deus ao seu trabalho
missionário em outros países, sem a tal exigência, mas continuam proibindo
aqui, como se Deus fosse mais exigente para os brasileiros.
Porque muitos líderes fazem este
tipo de acepção com as mulheres e o Espírito Santo não? Deus não condena uma
mulher pela roupa, mas pela sua conduta sem Deus.
Muitos líderes evangélicos já
entendem que essa tradição traz mais prejuízo que lucro e
resolveram abrir mão, mesmo que se diga que liberaram o mundo dentro da igreja,
porém, biblicamente, para entrar o mundo na igreja, pelas vestes, precisamos
ser, no mínimo indecentes, o que não é o caso da calça, e, sim, de muita saia
curta, justa ou transparente e blusa decotada (que é tida como um erro, mas a
calça é vista, por muitos, como um horror do inferno).
Umas das teorias, a que
considero a mais equivocada, é aquela que afirma ser a proibição dessa
peça do vestuário um dos motivos da integridade, indispensáveis para a igreja
manter a sã doutrina e a santidade. Entendo que a igreja é santa porque não
abre mão das doutrinas bíblicas e, ficaria melhor ainda, se dispensasse este
item que nada tem a ver com a santidade e nem com a diferença do mundo, pois
Jesus em João 13.35 nos diz qual é a única característica que faz a diferença
do mundo. O único requisito no vestir é a “decência” que procede do amor. A
caridade, que é o próprio amor, não se porta com indecência, conforme 1ª Co
13.5 e nada mais que isso pode ser exigido biblicamente.
Quantos pastores ficam
envolvidos com a tal proibição, enquanto Satanás vem minando a santidade das
igrejas pela mentira, inveja, desonestidade, corrupção, prostituição,
adultério, rancor, falta de perdão, enfim, todos os males causados pela falta
do amor de Deus nos corações.
È o mundo entrando dentro
da igreja e não um figurino de vestuário para manter uma característica da
igreja, representada apenas pelas mulheres, assim como nos países muçulmanos,
cujas mulheres com o corpo coberto, da cabeça aos pés, representam para o mundo
mais desenvolvido, a característica de uma religião atrasada. Este é um exemplo
clássico de que manter uma característica, se não tiver fundamento bíblico, só
pode representar um atraso, como vem fazendo aquele povo. Com certeza, isso não
garante pureza à igreja, nem admiração pelos que deveriam converter-se ao
Evangelho. O evangelho que Jesus mandou pregar, não recomenda, uma só vez, tais
exigências.
A bem da verdade, o
que está acontecendo é que uma boa parte dos crentes só sabem aplicar a dureza
da lei da aparência exterior, mas não sabem praticar o amor e a misericórdia,
vivem como se fossem os números exatos dos escolhidos, não se importando com o
resto do mundo, como se fossem os donos da salvação, e quem não pisar na linha
de suas exigências, deve ser eliminado.
A pergunta que faço: Como
será o acerto, um dia, dos que trocaram a graça pela obras e dos que evitam o
esclarecimento para não contrariá-los? “A ira de Deus se revela do céu contra
toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm
1.18).
Se Jesus condenou os
fariseus, que aplicavam a lei ao invés do amor, não fará o mesmo com
aqueles que mudam a verdade de Deus, ensinando aos descrentes, que a mulher que
usar calça, no dia do senhor não poderão entrar no céu? “Muitos, naquele dia,
hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu
nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos
milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci” (Mt 7.22-23).
Outro grande prejuízo é
que, na medida em que afirmamos ser pecado intolerável o uso dessa
peça do vestuário, os crentes em sua maioria dizem-se cumpridores da sã
doutrina e não comparecem ao debate, nas reuniões de ensinamento, para
descobrirem que Satanás está minando grandemente, de forma sutil, outras áreas
da vida, que declaradamente a Bíblia classifica como pecado.
Podem conferir: os
defensores ferrenhos de usos e costumes, geralmente, não se lembram de
exercer o que Deus expressamente exige como doutrina, isto é: amor, perdão,
misericórdia, bondade, benignidade, paz, mansidão, humildade, pontualidade, a
eficiência no ensino e no trabalho, a transparência, a ética, a verdade a
qualquer custo, etc. Dizer que a igreja não precisa disto para crescer seria
desprezar o valor das almas, que por este impedimento, deixam de entrar no
caminho da salvação.
Outro argumento bem
conhecido é o de que as igrejas que liberam o tal uso são igrejas
frias e mornas. Entendo, no entanto, que o motivo é bem outro, isso é: o que
ocorre é que algumas igrejas não se animam a liberar, pensando que sua
espiritualidade está nesse detalhe, como a força estava no cabelo de Sansão.
Deveriam, antes, conhecer outras igrejas que ensinam a verdade e, no entanto,
são portadoras de todas as características bíblicas da salvação em Jesus.
Podem conferir que os tais
não conseguem mover a igreja com seus sermões, mas
quando notam que estão sem a graça divina, mudam seus sermões para usos e
costumes mostrando assim mais espiritualidade.
Sabemos, também, o
argumento de que nas igrejas em que se liberou o uso, desta parte do vestuário,
desandou a imoralidade e o mundanismo. A esse argumento gostaria de responder
como exemplo do que já ouvimos a respeito da televisão, sendo que certos
pastores a proíbem, sob esta legação, porém, a prova aí está, que nas igrejas
em que foram mantidos os princípios éticos e morais, nada aconteceu por conta
da televisão liberada. Não devemos proibir, mas ensinar ver televisão. Sei de
pastores que proibiam nas suas igrejas o uso da televisão dizendo que era a
caixinha do diabo, mas hoje eles têm uma caixinha na sua casa e não é mais
pecado. É interessante que é pecado enquanto o líder não liberar. Quantas
pessoas de valor foram sumariamente excluídas da igreja por possuírem aparelho
de televisão, hoje, entretanto, os que cometeram tais injustiças possuem o
aparelho, tranqüilamente, em suas casas. Descobriram que era ignorância, pois
os males procedem do coração e o mundo ao vivo é muito mais perigoso que a tela
da TV.
Sabemos que não só as
vestes e a televisão usada de forma imoral podem arruinar a igreja,
mas todos os demais procedimentos que não estiverem pautados pela decência e
moralidade. Se em algum lugar a coisa descambou, foi por falta dessas
características e não pelo uso de uma peça de roupa que não pode alterar a
integridade de uma pessoa.
Portanto, o que preocupa
é ter de defender, sem argumentos convincentes, aquilo que não
encontra na Bíblia. Ouvimos a explicação: na Bíblia não está escrito, mas deve
ser obedecido e, se quiser explicação, fale com o Pastor, porque é o único
autorizado a tocar no assunto.
Não acredito que
pastores apóiem essa idéia, pois se assim fosse, seria o mesmo que
admitir que a palavra do pastor esteja acima do preceito bíblico e, por isso
mesmo, o assunto não poderia ser discutido; deveria apenas ser cumprido.
Interessante que os
legalistas dessa exigência com a veste feminina querem cumprir um
mandamento da lei e não se importa em cumprir o que está no Novo Testamento (Rm
16.16; 1ª Co 16.20), que manda saudar os irmãos com beijos e (1ª Tm 5.10), que
manda lavar os pés uns dos outros.
O motivo pelo qual existe
rivalidade entre os crentes é que os mais esclarecidos sabem que certos
usos são apenas tradições, enquanto que a maioria pensa que é um mandamento,
escrito em algum texto da Bíblia. Para quem governa é mais fácil assim; os
membros menos esclarecidos pensam que está escrito e, além de cumprirem, exigem
dos demais que cumpram também, criando uma pressão psicológica naqueles que
entendem a verdade.
A Palavra de Deus não
admite meia verdade. Se não pudermos esclarecer o que é doutrina e o que é
tradição, é porque não estamos preocupados com a divisão e o descontentamento
entre os crentes, e sim, preocupados em manter certos usos ou costumes arcaicos
através de uma estratégia de desinformação.
Quando dizemos que não
podemos facilitar o tal uso, porque iria escandalizar a
maior parte dos crentes, não devemos esquecer que eles só se escandalizam
porque foi o próprio ministério da igreja que sempre ensinou ser um pecado
horrível.
Não acho válido, também,
o argumento de que a igreja tem o poder de estabelecer normas e regras, mesmo
sem base bíblica, pois se assim fosse, a Igreja Católica estaria certa em todas
as tradições e dogmas que ela criou.
Um princípio é válido
quando não trouxer prejuízo ao Evangelho, nem discordar da
vontade de Deus, pois do contrário, pode se enquadrar nos textos de Dt 4.2; Pv
30.6 e Ap 22.18, que proíbem acrescentar um til às Sagradas Escrituras e
automaticamente à doutrina da salvação, em qualquer tempo ou circunstância, Eu,
particularmente, não quero assumir esta culpa.
Não consigo entender a
total tranqüilidade de alguns obreiros, argumentando que não podem
perder tempo com descrentes que querem exigir que a igreja se adapte às suas
tradições. Dizem que os de fora é que têm de mudar e devem viver de acordo com
a Palavra e com nossas regras. Muito bem, mas onde está escrito a tal palavra e
onde está escrito as tais regras? Enquanto ficamos brigando e ensinando as
regras, as outras igrejas estão enchendo e tua está se esvaziando. E, o mais
triste, aqueles que têm o ministério do ensino estão ficando no banco para não
ensinarem as verdades bíblicas.
Outro aspecto é a repercussão
moral: Saia comprida é roupa social, que exige coerência dos pés a
cabeça, mas como menos favorecidos não podem acompanhar este estilo, andam por
aí, de forma ridícula, criando um péssimo visual; fazendo com que os descrentes
tenham a impressão de que somos um povo atrasado. Isso é prejuízo na certa.
Daí argumentar que para
os salvos pouco importa o que o mundo pense, e que a aparência não
vale, é no mínimo desconhecer certos textos bíblicos, por exemplo: (1ª Co
14.23), onde Paulo preocupa-se com a impressão que podemos causar aos
descrentes, prejudicando a conversão de almas. Nós que deveríamos estar
preocupados com os não crentes e perguntar a nós mesmos se não estamos
impedindo a sua entrada; e não nos darmos ao luxo de dizer: se quiserem é
assim, ou, então, procurem outra igreja! Pois, assim era o tratamento dos
fariseus nos dias de Jesus agiam sem amor e sem misericórdia.
Igrejas que recebem todos
os dias, pessoas transferidas de outras localidades, não sentem a
necessidade do crescimento por conversão, talvez por isso não se importem com o
entrave e ainda dizem que a igreja está crescendo, quando, na verdade, as
conversões são menores que as exclusões.
Considero desonesto da
parte de certos líderes, antes de serem consagrados ao cargo, tinham
essa interpretação, porém, assim que subiram ao poder, mudaram de opinião e
passaram a defender o contrário, para merecerem a simpatia do povo. Que falta
de personalidade e seriedade com o santo ministério.
É fácil perceber que
tudo isso é falta de conhecimento bíblico, que infelizmente herdamos
de nossos antepassados e que vem dando enorme prejuízo na conversão de almas.
Será que apenas as igrejas que as irmãs não podem usar a calças que irão se
salvar? Não deveríamos desconfiar que estamos sozinhos neste modelo atrasado?
Pior que isso é dizerem que é uma tradição e um modelo que Deus nos deu e que a
igreja vem crescendo desta forma. Como alguém pode provar que foi Deus quem
deu? Se não fossem estas regras humanas e ridículas as igrejas poderiam ter
crescido muito mais? Só os menos esclarecidos podem aceitar estas regras, pois
quem conhece a verdade tem a mente de Cristo.
Lamento a ignorância
daqueles que, ao invés de abordarem os candidatos ao batismo,
perguntado se entenderam bem e estão dispostos a praticar o amor e as doutrinas
bíblicas, que contêm a receita completa do caminho estreito, tratam de proibir
o uso de certas roupas, jóias e corte de cabelo, etc.
Entendo que muitos que se
batizam não permanecem porque são edificados na areia e não na rocha. Na
primeira luta espiritual, tentação, calúnia ou perseguição, o crente vai cair,
pois ele foi ensinado a valorizar um figurino material e não o conhecimento
espiritual da salvação.
Como seria bom se
todas as igrejas deixassem de olhar apenas para o passado baseando-se na
tradição, e passassem a praticar um arrependimento diário acompanhado de
vigilância constante; tenho certeza de que não seriam atingidas por falsas
concepções de cristianismo; improdutivo, apenas nominal e indigente do fervor
do Espírito Santo. Pelo contrário haveria um avanço real e sem falsificação.
Seriam gerados verdadeiros cristãos dispostos a doar-se em favor do próximo e
da causa da verdade. Infelizmente porque o sectarismo torna-se envolvente nas
massas humanas poucos param para pensar que placa denominacional não alimenta a
alma do ser humano e nem sequer alivia a consciência.
Não queremos com isto dizer
que organizações religiosas deveriam estudar propostas de unificação, mas sim
que cada discípulo em particular seguisse fielmente a unidade de um corpo cuja
cabeça é Cristo.
Vamos olhar para os grandes
homens do passado como Martino Lutero, João Calvino, João Huss e outros que
sem medo começaram a denunciar a miséria do proceder humano diante do Seu
criador. A explosão monetária pela venda de indulgências e de imagens
esculpidas, a corrupção moral, as perseguições empreendidas contra os guardiões
da fidelidade e mesmo o sangue inocente daqueles que foram lançados às feras ou
decapitados, nada disso podia ficar esquecido na obscuridade.
Desta forma o cristianismo estava-se
reavivando e as consciências dos homens passavam a ser acordadas, quando o
combate da fé empregava não mais a força das armas, nem tribunal de inquisição,
mas a Palavra de Deus (Ef 6.10). Considere-se o porte de vida destes grandes
pregadores; quais eram as suas mensagens, quais eram seus ideais, a que tipo de
povo falava e qual o resultado que colheram e ter-se-á a convicção de que Deus
cuidou, cuida e cuidará sempre a sua obra gloriosa.
Infelizmente, desde a
reforma implantada com eficientes resultados o ápice alcançado pelo
cristianismo pouco a pouco foi novamente cedendo a espaço ao avanço rápido de
novas filosofias e tradições arranjadas através de conglomerados de idéias que
desvirtuaram paulatinamente a verdadeira fé. Introduziu-se na mentalidade
humana uma nova “cultura” religiosa e os grupos que haviam sido avivados
retornaram as tradições modificadas pela cultura e o humanismo secular,
desentoando as verdades bíblicas. Hoje muitos destes têm sido obrigados por
força da religiosidade presente confessar o seu desvio e o declínio sofrido.
As estatísticas
confirmam a constante queda tanto em números como em diligência
espiritual de denominações que há bem pouco tempo eram prósperas nas atividades
do reino de Deus. Entretanto aquelas igrejas que tem solidificado sua fé nas
doutrinas bíblicas continuam firmes e vitoriosas em caminho da cidade santa.
Enquanto que outras estão desmoronando-se, pois construíram a base de sua
religião (doutrina de homens), na areia e não na rocha.
Cristo veio ao mundo com
a finalidade de tornar os homens cidadão do Seu reino (Mc 1.14-15).
Por conseguinte, o cristão é um cidadão do Reino de Deus (Cl 1.13), onde é
diferente (Jo 18.36), principalmente na maneira de pensar (1ª Co 18.36). Logo,
o meu modo de ser já não importa. Devemos ver tudo sob a perspectiva do Reino.
O Rei dos reis exorta-nos a buscar o Reino de Deus e a sua justiça, a fim de
que as demais coisas nos sejam acrescentadas (Mt 6.33). Portanto, o comer, o
vestir-se, o ter um teto para abrigar, embora importante á nossa sobrevivência,
são pontos em segundo plano.
O cristianismo judaizante é
remendo novo em vestidos velhos (Mt 9.16). A salvação é pela fé em Jesus (Gl
2.16; Ef 2.2-10; Tt 3.5). O cristianismo é religião de liberdade no Espírito e
não um conjunto de regras. O verdadeiro cristianismo enfatiza o nosso
relacionamento com Cristo ressuscitado (Gl 2.20), e isto é suficiente para
crescermos na graça e no conhecimento de Deus.
FONTE
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