sábado, 10 de março de 2012

BIOGRAFIA MISSIONÁRIA DOS APÓSTOLOS



SEMINÁRIO TEOLÓGICO DA MISSÃO JUVEP



GILDELÂNIO DA SILVA
 


TRABALHO DE HISTÓRIA DE MISSÕES

BIOGRAFIA MISSIONÁRIA DOS APÓSTOLOS

PROFESSORA LUCIENE

 
 

JOÃO PESSOA – PB
2009


VIDA E OBRAS DOS APÓSTOLOS DE CRISTO

"Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolo" (Lc 6.12-13).
            Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até ao terceiro e quarto quartéis do século e que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Cristo.

1) André
CHAMADO, MISSÃO E MORTE
            André é tradução do grego Andreas, que significa "varonil". Outras pistas do Evangelhos indicam que André era fisicamente forte, e homem devoto e fiel. Ele e Pedro eram donos de uma casa (Mc 1.29). Eram filhos de um homem chamado Jonas ou João, um próspero pescador. Ambos os jovens haviam seguido o pai no negócio da pesca. Eram Pescadores (Mt. 4.18). André nasceu em Betsaida, nas praias do norte do mar da Galiléia (Jo. 1.44).
            Embora o Evangelho de João descreva o primeiro encontro dele com Jesus, não o menciona como discípulo até muito mais tarde (Jo 6.8). O Evangelho de Mateus diz que quando Jesus caminha junto ao mar da Galiléia, ele saudou a André e a Pedro e os convidou para se tornarem discípulos (Mt 4.18,19). Isto não contradiz a narrativa de João; simplesmente acrescenta um aspecto novo. Em João 1.35-40 mostra-nos que Jesus não chamou André e a Pedro para seguí-lo quando se encontraram pela primeira vez. Porém, André foi chamado pela tradição de PROTOCLETOS (em grego, o primeiro a ser chamado).
            André e outro discípulo chamado Filipe apresentaram a Jesus um grupo de gregos (Jo 12.20-22). Por este motivo podemos dizer que eles foram os primeiros missionários estrangeiros da fé cristã.
            No dia seguinte, àquele em que João Batista viu o Espírito Santo descer sobre Jesus, ele o apontou para dois de seus discípulos, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1.36). Movidos de curiosidade, os dois deixaram João e começaram a seguir a Jesus. Jesus notou a presença deles e perguntou-lhes o que buscavam. Responderam: "Rabi, onde assistes?" Jesus levou-os à casa onde ele se hospedava e passaram a noite com ele. Um desses homens chamava-se André (Jo 1.38-40). André foi logo à procura de seu irmão, Simão Pedro, a quem disse: "Achamos o Messias..." (Jo 1.41). Por seu testemunho, ele ganhou Pedro para o Senhor.
            Embora alguns autores apontem André como um dos anciões que permaneceram na liderança da Igreja de Jerusalém, já outros tem por certo que André tenha ido às missões estrangeiras, no leste da Europa. Uma tradição diz que André viveu seus últimos dias no sul da Rússia, nas regiões da Cítia e Pártia, ao norte do mar negro. Por isso alguns tem André como patrono da igreja Russa. Mas um livreto intitulado: Atos de André (provavelmente escrito por volta do ano 260 d.C) diz que ele pregou primariamente na Macedônia e depois em Patras na Acaia (Grécia).        Há uma crença de que André tenha estabelecido igreja em Bizâncio (futura Constantinopla) e também tenha exercido seu apostolado em Nicéia, Nicomédia e toda a terra da Bitínia e Gótia e adjacência.
            As tradições concordam que ele foi martirizado em Patras, na Grécia, entre 68 e 69 AD. Diz ainda, que ele foi crucificado numa cruz em forma de "X", símbolo religioso conhecido como Cruz de Santo André. Antigos escritores disseram que ele foi amarrado, e não pregado na cruz, para prolongar ainda mais os seus sofrimentos. Há uma obra que detalha ter sido uma irmã por nome de MAXIMILA quem tirou o corpo de André da cruz e o sepultou. O corpo foi para Bizâncio e a cabeça foi para ficou em Patras e depois foi para igreja de São Pedro na Itália, em 1460 AD. Sabe-se hoje que, desde 1964, as relíquias de Santo André descansam no interior de uma antiga igreja ortodoxa grega em Patras, na Grécia.
            Em um site católico encontrei: “Suas relíquias foram transferidas de Patros para Constantinopla (356) e depositadas na igreja dos Apóstolos (357), tornando-se padroeiro desta cidade. Quando Constantinopla foi tomada pelos franceses no início do século treze, o Cardeal Pedro de Cápua trouxe as relíquias à Itália e as colocou na catedral de Amalfi, onde a maioria delas ainda permanece. É honrado como padroeiro da Rússia e Escócia e no calendário católico é comemorado no dia 30 de novembro, data de seu martírio”.

2) Bartolomeu (Natanael)
CHAMADO, MISSÃO E MORTE
            Falta-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado Bartolomeu. Ele é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais, enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael. Era natural de Cana da Galiléia (Jo 21.2).
            A palavra aramaica bar significa "filho", por isso o nome Bartolomeu significa literalmente, "filho de Talmai". A Bíblia não identifica quem foi Talmai.
            Numa leitura das passagens que contém a lista dos apóstolos (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16) é percebido que Bartolomeu aparece associado a Filipe e Natanael nenhuma vez. É possível que seu nome fosse Natanael Bartolomeu.
            Supondo que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa, o Evangelho de João nos proporciona várias informações acerca de sua personalidade. Depois de ser apresentado por Filipe, Jesus chamou Natanael de "israelita em quem não há dolo"... “E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1.45-51).
            A região da Ásia Menor (atual Turquia) é apontada como a área de maior atuação de Bartolomeu. Há registro que indica que tenha acompanhado Filipe em Hierápolis, na Frigia e depois foi para Licaônia . Estudiosos defendem que Bartolomeu também tenha ido  a Índia (baseado do evangelho apócrifo de Bartolomeu), porém pode ser a região da Etiópia e Arábia que conhecemos hoje. Uma tradição afirma que, após sair da Índia, Bartolomeu foi para Armênia junto com Judas Tadeu por volta do ano 60 A.D. Ali exerceu um ministério de mais de dezesseis anos. Ministrando cura e batismos de muitas vidas. Na obra A HISTÓRIA APOSTÓLICA DE ABDIAS, diz que Bartolomeu orava cem vezes ao dia e que falava vários idiomas.
            Sobre a morte e o sepultamento de Bartolomeu existem várias divergências nas narrativas de diversas tradições. A tradição Armênia diz que ele foi sepultado em Urbanópolis e depois levado a cidade de Duras na Mesopotâmia.
Uma tradição afirma que os moradores de Hierápolis prenderam Filipe e Bartolomeu e os crucificaram, mas Bartolomeu foi tirado antes que morresse na cruz, devido a um terremoto que aterrorizou aquela população, porém  Filipe faleceu. Outra tradição afirma que Bartolomeu foi crucificado e decapitado por um rei Armênio. Mas sua morte pode ter sido na cidade de Albana.

3) Tiago - Filho de Alfeu
CHAMADO, MISSÃO E MORTE
            Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava Alfeu (Mc 2.14). É possível que este Tiago seguiu a mesma profissão do irmão Mateus, na coletoria fiscal.Outros crêem que este Tiago se identificava como "Tiago, o Menor", mas não temos prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao mesmo homem (Mc 15.40). Se o filho de Alfeu era, deveras, o mesmo homem Tiago, o Menor, talvez ele tenha sido primo de Jesus (Mt 27.56; Jo 19.25). Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído. (Mc 14.43-45; Lc 22.47-48). Alguns afirmam que seu pai Alfeu fosse também chamado de Cleopas e sua mãe fosse chamada de Maria (Jo 19.25). Esta Maria aparece na crucificação (Mt 27.56) e na ressurreição (Mt 28.1), mas não se sabe se foi o filho ou mãe quem começou primeiro a seguir a Jesus.
            Já disseram que este Tiago pode ter sido um zelote como também teria sido um devoto nazireu antes e depois  de ser discípulo de Cristo. Foi muito venerado entre cristãos e judeus devido a sua “santidade” e foi o único crente a entrar no santo dos santos. Há indícios que tenha sido bispo da igreja síria que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado. Mas não há informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e morte.

4) Tiago - Filho de Zebedeu
CHAMADO, MISSÃO E MORTE.
            Este Tiago era natural de Betsaida da Galiléia e foi o primeiro mártir dos 12 apóstolos. E depois que Jesus convocou a Simão Pedro e a seu irmão André, ele caminhou um pouco mais ao longo da praia da Galiléia e convidou a "Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes" (Mc 1.19). Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A tradição diz que isto ocorreu no ano 44 dC, quando ele seria ainda bem moço.
            Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam de "Tiago e João". Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como "Tiago, irmão de João" (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13). Jesus chamou a ambos de "filhos do trovão" (Mc 3.17).
A perseguição que tirou a vida de Tiago infundiu novo fervor entre os cristãos (At 12.5-25). Herodes Agripa esperava sufocar o movimento cristão executando líderes como Tiago. "Entretanto a Palavra do Senhor crescia e se multiplicava" (At 12.24).
De acordo com Isidoro de Sevilha, em Vida e morte dos Santos, após a ascensão de Jesus, teria evangelizado a Espanha, tornando-se seu primeiro evangelizador e depois seu patrono. Para revigorar esta tradição, no século IX o bispo Teodomiro, da cidade de Iria, afirmou ter reencontrado as relíquias do apóstolo e desde aquela época, a cidade que depois mudaria o nome para Santiago de Compostela, tornou-se importante meta de peregrinações, especialmente durante a Idade Média.

5) João
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

           
Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com "os empregados" de seu pai (Mc 1.20). Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), João pode ter sido primo de Jesus. Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes - milagre que os convenceram do poder de Jesus. "E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram" (Lc 5.11) Simão Pedro foi com eles.
            João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de "filhos do trovão" (Mc 3.17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2.9).
            Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18.15 diz que João era " conhecido do sumo sacerdote". Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20.1-4,8).
            De acordo com Clemente de Alexandria, ordenou bispos em Éfesos e outras províncias da Ásia Menor. Irineu afirmou que os Bispos Policarpo e Papias foram seus discípulos. Os primeiros fragmentos dos escritos Joanitas foram encontrados em papiros no Egito datando de princípios do segundo século, e muitas escolas acreditam que ele tenha visitado estas áreas. Aparece representado por Michelângelo na cúpula da Basílica São Pedro, em Roma, pela imagem da águia.
Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria.
Diz a tradição que ele cuidou da mãe de Jesus e que ficou em Jerusalém até a morte dela no ano 48 A.D. Depois foi para Éfeso e fundou diversas congregações ali. Depois da perseguição de Domiciano e pelo fim do reinado de Nero, foi desterrado para Ilha de Patmos no mar Egeu , e depois foi liberto e voltou a Éfeso, onde morreu e foi sepultado avançado em idade.


6) Judas - Não o Iscariotes
CHAMADO, MISSÃO E MORTE.

           
João refere-se a um dos discípulos como "Judas, não o Iscariotes" (Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem. Mateus e Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas o menciona como "Judas, filho de Tiago" (Lc 6.16; At 1.13). Não se sabe ao certo quem era o seu pai.
            Uma das tradições alega que ele pregou em Edessa, o campo da missão e martírio de Tomé. Também viajou para a Assíria e foi condenado a morte na Fenícia. Outras fontes afirmam também que ele tenha estendido seu apostolado a Armênia, Síria e Arábia. O Historiador Eusébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da Mesopotâmia. Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia. O mataram a pauladas e pedradas.

7) Mateus
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

           
Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino. Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar. Os publicanos recebiam seus próprios salários cobrando uma fração a mais do que seu empregador exigia. O discípulo Mateus era um desses publicanos; ele coletava pedágio na estrada entre Damasco e Aco; sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade de, também, cobrar impostos dos pescadores.
            Mas os judeus dividiam os cobradores de impostos em duas classes. a primeira era a dos gabbai, que lançavam impostos gerais sobre a agricultura e arrecadavam do povo impostos de recenseamento. O Segundo grupo compunha-se dos mokhsa era judeus, daí serem eles desprezados como traidores do seu próprio povo. Mateus pertencia a esta classe.
            O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9).
Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mias rido do que o publicano típico. Por causa da natureza de seu trabalho, temos certeza que Mateus sabia ler e escrever. Os documentos de papiro, relacionados com impostos, datados de cerca de 100 dC, indicam que os publicanos eram muito eficientes em matéria de cálculos.
Mateus pode ter tido algum grau de parentesco com o discípulo Tiago, visto que se diz de cada um deles ser "filho de Alfeu" (Mt 10.3; Mc 2.14). Às vezes Lucas usa o nome Levi para referir-se a Mateus (Lc 5.27-29). Daí alguns estudiosos crerem que o nome de Mateus era Levi antes de se decidir-se a seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu um novo nome, que significa "dádiva de Deus". Outros sugerem que Mateus era membro da tribo sacerdotal de Levi.
            De todos os evangelhos, o de Mateus tem sido, provavelmente, o de maior influência. A literatura cristã do segundo século faz mais citações do Evangelho de Mateus do que de qualquer outro. Os pais da igreja colocaram o Evangelho de Mateus no começo do cânon do NT provavelmente por causa do significado que lhes atribuíam. O relato de Mateus desta a Jesus como o cumprimento das profecias do AT. Acentua que Jesus era o Messias prometido.
            Não se sabe de fato o que aconteceu com Mateus depois do dia de Pentecostes. Alguns afirmam que tenha ficado pela região da Judéia e palestina. Uma informação fornecida por John Foxe, declara que ele passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia e que foi martirizado na cidade Nadabá em 60 d.C. Não podemos julgar se esta informação é digna de confiança.

8) Filipe
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

            O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada acerca do discípulos chamado Filipe. Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão (Jo 1.28). É interessante notar que Jesus chamou a Filipe individualmente enquanto chamou a maioria dos outros em pares. Filipe apresentou Natanael a Jesus (Jo 1.45-51), e Jesus também chamou a Natanael (ou Bartolomeu) para seguí-lo.
            Ao se reunirem 5 mil pessoas para ouvir a Jesus, Filipe perguntou ao Seu Senhor como alimentariam a multidão. "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço", disse ele (Jo 6.7). Noutra ocasião, um grupo de gregos dirigiu-se a Filipe e pediu-lhe que o apresentasse a Jesus. Filipe solicitou a ajuda de André e juntos levaram os homens para conhecê-lo (Jo 12.20-22). Enquanto os discípulos tomavam a última refeição com Jesus, Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (Jo 14.8). Jesus respondeu que nele eles já tinham visto o Pai.
Esses três breves lampejos são tudo o que vemos acerca de Filipe.
            Após a morte de Jesus viajou ao Egito, Etiópia (África) e ao Norte, e depois rumou para a Grécia onde viveu em Hierápolis com suas quatro filhas, que eram profetizas. Duas delas tornaram-se muito respeitadas por suas previsões. Era um judeu helenístico e, antes de mais nada, um evangelista para as sinagogas judaicas de língua grega da Cítia, Frígia e dos arredores da Grécia e Macedônia.
            A igreja tem preservado muitas tradições a respeito de seu último ministério e morte. Segundo algumas delas, ele pregou na França; outras dizem que ele pregou no sul da Rússia, na Ásia Menor, ou até na Índia. Nada de concreto portanto.
Conta uma tradição que ele morreu crucificado de cabeça para baixo, aos 87 anos, em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano. As suas relíquias teriam sido transportadas a Roma e colocadas juntas com as de São Tiago Menor, na igreja dos santos Apóstolos.


9) Simão Pedro
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

           
Este era o apóstolo filho de Jonas (Mt 16.17) e pescador de Betsaida, na Galiléia (Mt 4.18). Os escritores do NT usaram quatro nomes diferentes com referência a Pedro. Um é o nome hebraico Simeon (At 15.14), que pode significar "ouvir". O Segundo era Simão, a forma grega de Simeon. O terceiro nome era Cefas palavra aramaica que significa "rocha". O quarto nome era Pedro, palavra grega que significa "Pedra" ou "rocha"; os escritores do NT se referem ao discípulo com estes nomes mais vezes do que os outros três.
            Quando Jesus encontrou este homem pela primeira vez, ele disse: "Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas" (Jo 1.42). Pedro e seu irmão André eram pescadores no mar da Galiléia (Mt 4.18; Mc 1.16). Ele falava com sotaque galileu, e seus maneirismos identificavam-no como um nativo inculto da fronteira da galiléia (Mc 14.70). Foi levado a Jesus pelo seu irmão André. (Jo 1.40-42). Enquanto Jesus pendia na cruz, Pedro estava provavelmente entre o grupo da Galiléia que "permaneceram a contemplar de longe estas coisas" (Lc 23.49). Em 1Pe 5.1, ele escreveu: "...eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo..." Possivelmente estava casado quando Jesus o chamou (Mt 8.14; 1 Co 9.5).
            Pedro encabeça a lista dos apóstolo em cada um dos relatos dos Evangelhos, o que sugere que os escritores do NT o consideravam o mais importante dos doze. Ele não escreveu tanto como João ou Mateus, mas emergiu como o líder mais influente da igreja primitiva. Embora 120 seguidores de Jesus tenha recebido o ES no dia do Pentecoste, a Bíblia registra as palavras de Pedro (At 2.14-40). Ele sugeriu que os apóstolos procurassem um substituto para Judas Iscariotes (At 1.22). Ele e João foram os primeiros a realizar um milagre depois do Pentecoste, curando um paralítico na Porta Formosa (At 3.1-11).
            O livro de Atos acentua as viagens de Paulo, mas Pedro também viajou extensamente. Ele visitou Antioquia (Gl 2.11), Corinto (2Co 1.12) e talvez Roma. Pedro sentiu-se livre para servir aos gentios (At 10), mas ele é mais bem conhecido como o apóstolo dos judeus (Gl 2.8). À medida que Paulo assumir um papel mais ativo na obra da igreja e à medida que os judeus se tornavam mais hostis ao Cristianismo, Pedro foi relegado a segundo plano na narrativa do NT.
            Foi preso por ordem do rei Agripa I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu à comunidade cristã, e, por isso, segundo a tradição, foi executado por ordem de Nero. Conta-se, também, que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo, possivelmente no ano 67 A.D.
            A tradição diz que a Basílica de São Pedro em Roma está edificada sobre o local onde ele foi sepultado. Escavações modernas sob a antiga igreja exibem um cemitério romano muito antigo e alguns túmulos usados apressadamente para sepultamentos cristãos.


10) Simão Zelote
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

           
Mateus refere-se a um discípulo chamado "Simão, o Cananeu", enquanto Lucas e o livro de Atos referem-se a "Simão, o Zelote". esses nomes referem-se à mesma pessoa. Zelote é uma palavra grega que significa "zeloso"; "cananeu" é transliteração da palavra aramaica kanna'ah, que também significa "zeloso"; parece, pois, que este discípulo pertencia à seita judaica conhecida como zelotes ou zeladores, conservadores das tradições hebraicas que lutavam para a libertação de Israel dos Romanos.
            A Bíblia não indica quando Simão, foi convidado para unir-se aos apóstolos. Diz a tradição que Jesus o chamou ao mesmo tempo em que chamou André e Pedro, Tiago e João, Judas Iscariotes e Tadeu (Mt 4.18-22).
            Tem-se diversos relatos conflitantes acerca do ministério posterior deste homem e não é possível chegar a uma conclusão.
            Alguns afirmam que, como os outros apóstolos, também percorreu os caminhos da Palestina pregando o Evangelho. Da mesma forma que Felipe, parece ter ido primeiro ao Egito, seguindo a tradição sinóptica de que Jesus enviava seus discípulos aos pares. No entanto, parece ter voltado através da África do Norte, Espanha e Bretanha, chegando à Ásia Menor. Deste ponto pode ter viajado com Judas pela Mesopotâmia e Síria, juntado-se à outros Apóstolos orientais na Pérsia. Segundo uma notícia de Egesipo, o apóstolo teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, contando já com a avançada idade de 120 anos. Segundo Doroteu, bispo de Tiro, ele pregou a Cristo através de toda Mauritânia e África menor. Foi, por fim, crucificado, dilacerado e enterrado na Britânia.

11) Tomé
CHAMADO, MISSÃO E MORTE

           
O Evangelho de João dá-nos um quadro mais completo do discípulo chamado Tomé do que o que recebemos dos Sinóticos ou do livro de Atos. João diz-nos que ele também era chamado Dídimo (Jo 20.24). A palavra grega para "gêmeos" assim como a palavra hebraica t'hom significa "gêmeo". A Vulgata Latina empregava Dídimo como nome próprio.
            Não se sabe quem pode ter sido Tomé, nem coisa alguma a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado para unir-se ao Senhor. Sabe-se, contudo, que ele juntou-se a seis outros discípulos que voltaram aos barcos de pesca depois que Jesus foi crucificado (Jo 21.2-3). Isso sugere que ele pode ter aprendido a profissão de pescador quando jovem.
            Uma tradição afirma que Tomé pregou o evangelho aos índios, chineses, cusitas e ilhas circunvizinhas, como também tenha fundado a igreja de São Tomé na Costa de Malabar. Já outra tradição diz que Tomé finalmente tornou-se missionário na Índia. Afirma-se que ele foi martirizado ali e sepultado em Mylapore, hoje subúrbio de Madrasta. Seu nome é lembrado pelo próprio título da igreja Martoma ou "Mestre Tome".
            Há relatos que Tomé tenha visitado Babilônia, Pérsia, Média, Etiópia Asiática e China. E ao chegar na Índia Construiu uma igreja e realizou muitos milagres. Mas foi atravessado com uma lança ao orar de joelhos.



BILBIOGRAFIA
Ø  O Mundo do Novo Testamento - Editora Vida.
Ø  Doze homens, uma missão – Editora Luz e Vida.
Ø  Dicionário Bíblico Universal – Editora Vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário