Infarto: saiba como e por que o coração para de funcionar
Sedentarismo, maus hábitos alimentares e estresse contribuem
para o problema
Estar acima do peso, levar uma rotina estressante, fumar,
não praticar exercícios e ter maus hábitos alimentares são fatores determinates
para desencadear o mais popular e perigoso problema de saúde do Brasil: o
infarto do miocárdio, ou, como é conhecido popularmente, oataque cardíaco. De
acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registra uma média anual de 70 mil
mortes por infarto. O alto índice de óbitos não e restrito aos brasileiros. O
problema é de escala mundial e atinge até mesmo pessoas que mantém uma rotina
saudável.
O que acontece no coração
O ataque cardíaco é, basicamente, a morte do coração. O músculo
cardíaco para de receber sangue - que leva oxigênio e nutrientes aos tecidos do
órgão - e a falta de irrigação, consequência do entupimento das artérias
coronárias, faz com que ele pare de funcionar.
O processo que desencadeia o problema é relativamente lento
e pode levar anos. "Embora ele seja súbito, o excesso de colesterol, ou
seja, a gordura, vai se acumulando ao longo dos anos nas paredes internas das
artérias até interromper totalmente o fluxo de sangue", explica o
cardiologista Maurício Wajngarten.
De acordo com o especialista, o sangue passa a fluir devagar
devido ao engrossamento das tais placas de gordura (ateromas) nas artérias. Com
isso, o coração passa a ser menos irrigado e sinaliza isto sob a forma de uma
intensa dor, chamada angina. "Nas pessoas que já têm uma predisposição
genética, ou que apresentam um ou mais fatores de risco, como hipertensão
oudiabetes, este processo é muito mais intenso", diz o cardiologista.
No passo seguinte o ateroma se quebra para cobrir a ferida,
o que faz com que as plaquetas se unam para formar um coágulo de sangue
(trombo) até aparecer o responsável pela total obserução da artéria: um coágulo
que impede que o sangue passe e, preso, ele deixa de irrigar o miocárdio. A
duração deste processo todo leva apenas alguns minutos. No entanto, se
ultrapassar 20 minutos, o dano pode ser irreversível. "A gravidade de um
infarto depende muito do tamanho da área atingida do coração. Se o bloqueio for
em uma das principais artérias, é necessário que o atendimento médico seja
urgente. Caso contrário, é morte certa", alerta Wajngarten.
Os sintomas de que um infarto está prestes a acontecer nem
sempre são evidentes: além da dor ou pressão no peito, pode haver falta de ar,
dores nos braços, pescoço, ombros e costas, enjoos e até mesmo um desmaio. No
entanto, algumas pessoas passam pela experiência sem sentir absolutamente nada.
Tratamentos e prevenção
Nem todo infarto é fatal e existem formas de tratamento para
quem já passou pela experiência. De acordo com o cardiologista, a medicina
oferece medicamentos para revascularizar a área atingida.
Há também procedimentos e intervenções cirúrgicas, como a
angioplastia, que devolve a irrigação através de um cateter que viaja pelos
vasos até o coração. Nesta técnica, uma uma espécie de balão inflado alarga as
artérias estreitadas e libera a passagem do sangue. Em muitos casos, uma
espécie de mola pequena (stent) é colocada para garantir a passagem do sangue
e, consequentemente, a irrigação do músculo.
Já a ponte de safena é usada em casos mais graves, onde
várias artérias foram bloqueadas pelas placas de gordura. A taxa de sucesso
dessas técnicas chega a 90%. "Evitar um infarto exige cuidados
relativamente simples. Se manter longe de fatores de risco, como o tabagismo e
o sedentarismo, já é um começo", recomenda o cardiologista. Alimentação
balanceada, controle do colesterol e pressão arterial também influenciam. Assim
como deve-se procurar alternativas para aliviar o estresse e a tensão.
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