Adote 12 medidas para proteger a saúde do coração
Mudanças muito simples mesmo fazem ele bater mais forte
O Ministério da Saúde estima que 31,5% dos óbitos no Brasil
são provocados por doenças cardiovasculares, tornando-se a primeira causa de
morte entre a população brasileira. A doença mata por ano, 7.6 milhões de
pessoas no mundo todo, devido às suas complicações como AVC, infarto, entre
outras.
A hipertensão arterial e obesidade são consideradas duas das
maiores vilãs da saúde do coração. Segundo dados do Ministério, cerca de 30
milhões de brasileiros têm hipertensão e há outros 12 milhões de brasileiros
que ainda não sabem que possuem a doença no Brasil. Quando não controlada, a
pressão arterial causa lesões na artéria aorta e provoca a sobrecarga do
coração, que fica com o músculo mais rígido, aumenta de tamanho e fica inchado.
Já o excesso de peso, principal causador da hipertensão, exige um esforço maior
não só do coração, mas também de todo o sistema circulatório, sendo a principal
causa do aumento da pressão e podendo levar ao desenvolvimento de insuficiência
cardíaca, ou seja, da diminuição da capacidade do coração de cumprir a sua
função de bombear efetivamente o sangue, que corre por todo o corpo,
alimentando órgãos e tecidos vitais. Por isso, manter hábitos saudáveis é
fundamental para blindar o coração. A seguir, confira 12 maneiras de proteger
esse órgão vital.
Sono reparador
Estudos recentes apontam que cerca de 40% dos indivíduos
hipertensos sofrem também de apneia obstrutiva do sono, alertando para uma
relação entre as doenças. A apneia atinge aproximadamente sete em cada 100
pessoas e a incidência é maior no sexo masculino. Estima-se que 24% dos homens
de meia-idade e 9% das mulheres são afetados pela apneia. A doença
caracteriza-se pelo ronco que segue em um mesmo ritmo, vai ficando mais alto e,
de repente, é interrompido por um período de silêncio. Neste momento, a pessoa
fica totalmente sem respiração, mas, logo o ronco volta ao ritmo inicial.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Artur
Beltrame Ribeiro, quem sofre de apneia do sono apresenta mais variabilidade da
pressão e o aumento está ligado à lesão dos órgãos-alvo, como coração, cérebro
e rins. Além disso, uma noite bem dormida tem a ver com viver mais, de acordo
com um estudo da Universidade de Warwick e da Universidade Federico II, na
Itália. De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas ou mais
de oito ao dia tem 12% a mais de chance de morrer. Com a qualidade do sono
prejudicado, crescem os ricos de acidentes, por conta da sonolência, e de
ataques cardíacos em função do estresse.
Combata o estresse
O colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as
artérias do coração, é um dos efeitos do excesso de estresse. A ansiedade
aumenta a liberação de cortisol no organismo, hormônio que faz crescer a
concentração de glicose no sangue, desencadeando problemas como diabetes, altos
níveis de triglicérides e descontrole de colesterol. Cada vez que você fica
ansioso, a quantidade de radicais livres que passam a circular no seu organismo
aumenta. Com a ansiedade, a presença dos radicais livres no organismo aumenta,
podendo gerar o agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem
com o colesterol em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos
sanguíneos, além de piorar certas doenças inflamatórias e causar
envelhecimento.
Prefira os óleos vegetais
Na luta para abaixar os níveis de colesterol, em vez de
apenas restringir o consumo dos tradicionais vilões do coração (como as
gorduras saturadas), você pode recorrer à ajuda de alguns mocinhos. O óleo de
canola e o azeite de oliva são bons exemplos de alimentos que você deve incluir
na dieta. Segundo a nutricionista Roberta Stella, as gorduras monoinsaturadas
presentes nos dois tipos de óleos vegetais ajudam a reduzir as taxas de LDL, o
mal colesterol. Já os óleos vegetais ricos em gorduras poliinsaturadas, como o
de soja, girassol e milho, aumentam os níveis de HDL, considerado como bom
colesterol. A dica da especialista, portanto, é, além de ficar de olho na
quantidade de gorduras saturadas e trans, dar preferência aos alimentos com maior
quantidade de gorduras mono e poli-insaturadas.
Maneire nas carnes
Principalmente a carne vermelha apresenta uma quantidade
maior de colesterol. Ainda mais se conter capas generosas de gordura. Porém,
isso não significa que elas devem ser totalmente excluídas do seu cardápio.
"Controlando a ingestão dos outros alimentos fontes de colesterol, é
possível ingerir carne vermelha até três vezes por semana", diz a
nutricionista Roberta Stella. O fato de as carnes vermelhas oferecerem mais
colesterol, no entanto, não faz com que os outros tipos de carnes possam ser
consumidos à vontade. De acordo com Roberta, as carnes brancas e magras também
possuem colesterol e, por isso, devem ser dosadas. "Os alimentos que
contêm colesterol devem ser monitorados de uma forma geral. Leve em conta que o
total da gordura obtido em um dia deve ser menor que 300 mg", completa.
Uma dica: 100 gramas de contra-filé grelhado com gordura contêm 144 mg de
colesterol. Sem a gordura, a quantidade diminui para 102 mg.
Até o açúcar?
Isso mesmo. Um estudo publicado no Journal of American
Medical Association sugere que, assim como uma dieta rica em gordura pode
aumentar os níveis de triglicerídeos e colesterol, a ingestão de açúcar também
pode afetar as taxas de lipídios. Para a realização do estudo, foram analisados
os níveis de lipídios no sangue em mais de seis mil homens e mulheres adultos.
Os pesquisadores descobriram que pessoas que consumiam mais açúcar tinham maior
propensão de ter uma doença cardiovascular. Os cientistas não sabem ao certo
que processo está envolvido nessa ligação do açúcar com o colesterol, pois até
hoje, o que se sabia era a associação entre o consumo de açúcar e o diabetes.
No estudo, o grupo de maior consumo ingeria uma média de 46 colheres de chá de
açúcares "escondidos" nos alimentos por dia. O grupo de menor consumo
ingeria uma média de apenas cerca de três colheres de chá por dia.
Vegetais - sempre!
Um importante estudo científico divulgado no periódico
americano Circulation demonstrou que o consumo de proteínas de origem vegetal
está associado à redução da pressão arterial, ao mesmo tempo em que confirmou
estudos anteriores de que o consumo total de proteínas não aumenta os níveis de
pressão sanguínea. O ácido glutâmico, principal aminoácido encontrado nas proteínas
vegetais, é um dos micronutrientes que ajudam a controlar a pressão arterial.
Essa é uma das formas de se explicar a razão pela qual os vegetarianos têm
menor tendência a desenvolver hipertensão arterial.
Vitamina D
Um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos
Estados Unidos, revelou que 20% dos casos de hipertensão em mulheres estão
associados ao descontrole dos níveis da pressão arterial em decorrência da
falta de vitamina D no organismo. Este nutriente pode ser encontrado em alimentos
como a manteiga, gema de ovo, fígado, entre outros, mas sua principal fonte de
absorção é a luz solar. Portanto, 15 minutinhos de exposição ao sol são mais do
que recomendados. O nutriente também é importante no processo de absorção de
cálcio e fósforo no intestino e na mineralização, ou seja, crescimento e reparo
dos ossos.
Vinho sim!
Um estudo publicado no "Public Library of Science
One", mostra que pequenas doses de resveratrol, um tipo de substância
antioxidante presente nas uvas, em especial as tintas, protegem o coração
contra o envelhecimento e reduzem os níveis de colesterol ruim, o LDL. No
entanto, não vale exagerar: uma taça de vinho por dia é suficiente para dar
proteger o coração sem maltratar o fígado, por conta do teor alcoólico.
Ouça a música do coração
Um estudo realizado pela Universidade de Maryland, nos EUA,
com 10 participantes que não tinham nenhuma doença aparente constatou que
quando eles ouviam por 30 minutos suas músicas preferidas ocorria a dilatação
dos vasos sanguíneos. Esse gesto se equipara a reação de uma gargalhada, ao
fazer atividades físicas ou quando tomavam medicações para o sangue. O diretor
da cardiologia da instituição, Michael Miller, explica que ocorreu um aumento
de 26% no diâmetro dos vasos, enquanto ao ouvirem uma música que não agradava
ocorria uma redução de 6%. Dessa forma, o sangue flui mais facilmente,
reduzindo as chances de formação de coágulos que causam infartos e derrames,
além de reduzir os riscos do endurecimento dos vasos, característicos da aterosclerose.
Maneire no sal
Pesquisas científicas já comprovaram a relação direta entre
o consumo de sódio e a hipertensão arterial. De acordo dados da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, o brasileiro consome em média 12 gramas de sal por
dia, quando o recomendado seria limitar essa ingestão a 6 gramas. Em geral, a
quantidade é alta porque, além do sal contido no alimento industrializado, as
pessoas não dispensam apelar para o saleiro durante as refeições. De acordo com
a nutricionista Eliane Cristina de Almeida, da Unifesp, o maior perigo do sódio
é que ele está escondido nos alimentos. "Alimentos como fast-food, comida
congelada, salgadinhos, biscoitos, refrigerantes, cereal matinal, embutidos,
chocolate, carne bovina, leite e derivados contém boa quantidade de sódio que
não costumamos perceber", diz a especialista.
Use fio dental
Uma pesquisa feita por cientistas da Itália e do Reino
Unido, publicada no site do Jornal da Faseb (do inglês, "The Federation of
American Societies for Experimental Biology"), mostra que gengivas
infectadas podem ser um fator de risco para desenvolver problemas no coração.
De fato, uma adequada higiene dental pode reduzir o risco de aterosclerose,
derrame e doenças no coração, independentemente de outras medidas, como o
controle do colesterol. "Há muito tempo se suspeita de que a aterosclerose
é um processo inflamatório e que a doença periodontal tem um importante papel
na aterosclerose", afirma Mario Clerici, pesquisador do estudo.
Dieta mediterrânea
A dieta típica da região banhada pelo Mar Mediterrâneo , ela
é conhecida por seus benefícios ao coração. Os principais participantes dos
pratos são as gorduras protetoras, que agem contra o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares , diz a nutricionista do Minha Vida, Roberta Stella. Ela
aumenta o nível de colesterol bom (HDL) e diminuir as taxas do colesterol ruim
(LDL) do sangue, além de evitar a obstrução das artérias. Dentre as principais
características dessa dieta, estão o baixo consumo de carne vermelha, a
ingestão de frutas, cereais e nozes, o alto consumo de peixes, o consumo
moderado de vinho e o azeite de oliva como fonte de gordura saudável. Além
disso, os peixes contêm ômega 3, reconhecido como um nutriente cardioprotetor,
isto é, beneficia a saúde cardiovascular.
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário