O Tabernáculo
Tenda provisória, onde o Senhor falava a seu povo,
Ex 33.7-10.
Construção portátil, em forma de tenda, que Deus ordenou a
Moisés fizesse para servir de sua morada no meio do povo de Israel, Ex 25.8,9,
donde lhe veio o nome de habitação, Ex 25.9; 26.1, lugar onde Jeová falava a
seu povo, Ex 41.34,35, onde se achavam depositadas as tábuas da lei ou o
testemunho, “o tabernáculo do testemunho”, Ex 38.21; cp. 25.21,22; Nm 9.15,
também denominado “casa do Senhor”, Ex 34.26; Js 6.24.
Os materiais para construção do tabernáculo foram adquiridos
ali mesmo em larga quantidade. As madeiras vieram das florestas do deserto.
Deram os homens e as mulheres os braceletes, as arrecadas, os anéis e os
ornatos dos braços; todos os vasos de ouro foram postos à parte para donativos
do Senhor. Se algum tinha Jacinto, púrpura e escarlata, linho fino e pelos de
cabra, peles de carneiro, metais de prata e de cobre, paus de cetim para vários
usos, tudo ofereceram ao Senhor. Os príncipes ofereceram pedras cornelinas e
pedras preciosas para o éfode, Ex 35.21-29. O largo dispêndio de metais
preciosos para uma construção temporária ficou plenamente justificado, uma vez
que todos os materiais tinham de ser aproveitados, quando se procedesse à
construção permanente.
O Senhor dá a Moisés as instruções minuciosamente para a
edificação do tabernáculo, a começar pela arca, que era o ponto central para o
encontro de Jeová com o seu povo, Ex 25.22.
I. Feições essenciais e permanentes: a arca, a mesa dos pães
da proposição e o candeeiro de ouro, Ex 25.10-40, símbolo de cousas celestiais,
Hb 9.23. Seguem-se os pormenores, Ex 26.1-37; para o altar dos sacrifícios, Ex
27.1-8; para a localização do átrio, Ex 27.9-19. O candeeiro deveria ser
alimentado com azeite puro de oliveira para conservá-lo sempre aceso, Ex
27.20,21. O cap. 25.30 de Êxodo fala sobre os pães da proposição que deveriam
estar sempre na presença de Deus.
II. Aproximação a Deus, por mediação do sacerdócio. Sua
instituição, Ex 28.1; suas vestes, Ex 28.2-43, modo de sua consagração, Ex
29.1-36. Depois de criada a ordem sacerdotal, vêm as especificações referentes
ao altar, Ex 29.37, e ao sacrifício perpétuo, Ex 29.38-42.
III. Passa em seguida para o altar dos incensos, Ex 30.1-10,
simbolizando a adoração que o povo santificado oferece a seu Deus. Somente
neste lugar é que se fala do altar dos perfumes em separado dos demais objetos
que ornavam o tabernáculo. Deveria ocupar logicamente o ponto em que o povo
oferecia as suas adorações ao Senhor. Em outros lugares, figura ele em conjunto
com as outras peças na ordem seguinte: a arca, a mesa, o candeeiro, o altar dos
incensos e o altar dos sacrifícios, como se diz em relação a estes objetos, Ex
37.25-28, na enumeração de todas as peças, Ex 39.38. nas instruções sobre a
maneira de levantar o tabernáculo, Ex 40.5, e na história final de sua
elevação.
IV. Provisões para as necessidades do culto: A contribuição
de meio siclo preço do resgate de cada pessoa, Ex 30.11-16, a bacia de bronze,
Ex 30.17-21 as santas unções de óleo, Ex 30.22-33, e o incenso, Ex 30.34-38.
O tabernáculo formava um paralelogramo de 18 m de
comprimento por 6 m de largo, com entrada pelo lado do oriente. A parte
traseira e os dois lados eram feitos com 48 tábuas, 20 de cada lado e 8 nos
fundos, das quais, duas formavam os ângulos, todas cobertas de ouro.
As tábuas apoiavam-se em bases de prata duas em cada tábua,
ligadas entre si por barrotes de pau de cetim; cinco para conterem as tábuas a
um lado do tabernáculo outros cinco para o outro lado, e cinco para o lado
ocidental, presos a argolas de ouro, Ex 26.15-30.
Toda a frente servia de entrada, onde se erguiam cinco
colunas de pau de cetim douradas, cujos capitéis eram de ouro e as bases de
bronze, de onde pendia um véu de jacinto e de púrpura. O interior dividia-se em
duas secções, separadas por uma cortina suspensa de quatro colunas douradas,
com capitéis de ouro e bases de prata, Ex 26.32,37. Os dois compartimentos
ficavam na parte ocidental, onde se achava o santo dos santos e o santuário, ou
lugar santo, Ex 26.16.
Havia quatro cortinas:
I. A coberta e os lados tinham uma cortina de linho
retorcido de cor de jacinto, de púrpura e de escarlata com querubins. Esta
cortina era feita em dez pedaços, cinco pedaços eram enlaçados uns com os
outros, e os outros cinco se uniam do mesmo modo, de sorte que formavam duas
peças que se prendiam entre si. Uma formava a coberta e três lados do santo dos
santos, e a outra, a coberta e outros dois lados do santuário.
II. A principal coberta externa do Tabernáculo, era de pelos
de cabra e consistia de onze cobertas estreitas. Estas onze cobertas se
ajuntavam umas às outras, formando duas secções: uma com cinco, e outra com
seis, A parte formada pelas cinco cobria o teto e três lados do santo dos
santos; a mais larga cobria o teto e os lados do santuário.
III. A terceira coberta era de peles de carneiro, tintas de
vermelho.
IV. À entrada do santuário pendia um véu e outro em frente
do santo dos santos. Cada um deles era de cor de jacinto, de púrpura e de
escarlata, e de linho fino retorcido, com lavores de bordados, com figuras de
querubins, para indicar que ninguém se poderia aproximar da presença de Jeová.
O tabernáculo ocupava um átrio retangular de 100 côvados de
comprimento na direção de leste a oeste, e de 50 de largura de norte para sul,
cercado por vinte colunas de cada lado com outras tantas bases de bronze e
capitéis de prata, cada uma separada da outra, 5 côvados, com cortinas de linho
retorcido. Na entrada do átrio havia uma coberta de vinte côvados, de jacinto,
de púrpura, de escarlata tinta duas vezes, e de linho fino retorcido, com
quatro colunas e outras tantas bases, Ex 27.9-18.
O tabernáculo ocupava a metade da parte ocidental do átrio;
o mar de bronze e o altar dos sacrifícios ficavam na outra metade para o lado
do oriente sem coberta alguma A arca era o ponto de convergência de todo o
cerimonial e ocupava o santo dos santos. No santuário, bem defronte do véu que
o separava do santo dos santos, erguia-se o altar dos incensos, que, não
obstante, também pertencia ao oráculo, 1Rs 6.22; Hb 9.3,4. Neste mesmo
apartamento estava a mesa dos pães da proposição ao lado direito, e ao lado
esquerdo, o candeeiro de ouro. Fora do átrio, estava o mar de bronze e o altar
dos sacrifícios.
A dedicação do tabernáculo fez-se no primeiro dia do segundo
ano depois que os israelitas saíram do Egito. Durante o dia, cobria-o uma
nuvem, e durante a noite, pairava sobre ele uma coluna de fogo, enquanto durou
a viagem pelo deserto. Quando se levantava acampamento, os levitas se
encarregavam de desmontar o tabernáculo e de novo o levantarem em outro lugar,
Ex caps. 26; 27.9-19; 35.4-36; 38; 40.1-38. Enquanto durou a conquista de
Canaã, a arca permaneceu no campo em Gilgal. Depois de se estabelecerem na
terra prometida, Josué levantou o tabernáculo em Silo, onde permaneceu em todo
o tempo dos juizes, Js 18.1.
Parece que em torno do santuário havia dependências destinadas
aos sacerdotes e à guarda das ofertas que o povo fazia ao Senhor, 1Sm 3.3; cp.
acampamento dos levitas em torno dele, Nm 3.23,29,35. Estas dependências com
certeza Eram protegidas de modo diverso, por que era o tabernáculo. Fala-se em
tendas, 2Sm 7.6, em porta do tabernáculo do testemunho, Js 19.51; 1Sm 2.22, em
habitação de Jeová, Js 22.19,29; Jz 19.18; 1Sm 1.7,24; 3.15. Quando os
filisteus tomaram a arca, o tabernáculo perdeu toda a sua glória e todo o seu
valor, Sl 78.60. No reinado de Saul a arca esteve em Nobe, 1Sm 21.1.
No reinado de Davi e no de Salomão, até à construção do
templo, o tabernáculo estava num alto que havia em Gabaom, 1Cr 16.39; 21.29.
Depois que Salomão edificou o templo, segundo o modelo do tabernáculo, porém em
mais largas proporções, tudo que havia no tabernáculo foi transferido pra ele.
1Rs 8.4; 2Cr 5.5
Fonte: Dic. Da Bíblia John Davis
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