Número de religiões no mundo passa de 10 mil
Pesquisador mostra contraste
religioso entre o século 20 e o 21
O Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, preparado por
David Barrett, lança um olhar detalhado sobre a situação religiosa no mundo a
cada ano. Barret é um conhecido professor de “missiometria” da Universidade
Regent. Ou seja, ele se especializou em analisar dados sobre as religiões do
mundo, em especial do trabalho missionário cristão.
Embora saibam que é impossível ter precisão absoluta, Barrett e sua
equipe mantém um banco de dados atualizado constantemente e fazem
projeções usando a metodologia de especialistas em estatística. Anualmente,
usam os dados que dispõe para atualizar seu relatório e fazer projeções para o
futuro próximo.
A religião cristã, por exemplo, era praticamente fixa no século XX.
Havia apenas 558 milhões de cristãos no mundo em 1900. Em contraste, chegamos a
cerca de 2 bilhões de cristãos na metade de 2012.
No entanto, se considerarmos a porcentagem da população mundial, o
cristianismo perdeu terreno. No início do século passado os
cristãos eram 34,5% da população mundial, mas apenas 33,1% agora.
Metade dos 2 bilhões de cristãos no mundo são católicos. O segundo maior
“megabloco” são os cristãos afiliados a “igrejas independentes”, que têm cerca
de 400 milhões de membros. Ou seja, quase o dobro dos 217 milhões de fiéis
ortodoxos em todo o mundo.
Barrett contabilizou 350 milhões de protestantes, divididos em centenas
de denominações e mais 80 milhões pertencestes à comunhão Anglicana, que para
muitos são um híbrido de católicos e protestantes. A tendência é que as
posições desses “megablocos” dentro cristianismo mundial permaneça constante ao
longo dos próximos vinte anos.
O que mais chama atenção é como a vida cristã mudou
radicalmente no século XX.
Os cristãos reuniam-se em 400
000 congregações em 1900. Hoje, podem ser encontrados cerca de 3,5 milhões de
templos em todo o mundo. Em 1900 havia 300 000 livros publicados
sobre o cristianismo. Em 2012, chegaremos a 5,1 milhões de títulos relacionados
ao tema.
Os 3500 revistas cristãs publicadas em 1900 são uma pequena
fração das 35 000 publicações cristãs impressas que circulam hoje. Em 2002, a
previsão é que o número de Bíblias distribuídas seria dez vezes maior que em
1900. Em um século passamos de 5.5 milhões para 59 milhões de exemplares anuais
das Escrituras ou de parte delas.
Talvez o mais surpreendente seja o número de denominações cristãs, eram
1.900 um século atrás, e agora chegam a 35.500. O cristianismo tornou-se muito
mais um fenômeno urbano do século 20. Em 1900, apenas 28% dos cristãos do mundo
viviam em cidades. Este ano, mais de 58% da população cristã vive em áreas
urbanas.
A revolução das comunicações também teve um impacto dramático sobre
a vida cristã. Em 1970, as organizações cristãs utilizam cerca de 1000
computadores. Hoje são 332 milhões de computadores.
Atualmente, 2,5 bilhões de pessoas assistem e ouvem programas
cristãos de rádio e TV todo mês, um número que deverá subir em 2025 para
3,8 bilhões. Trinta anos atrás, apenas 750 milhões tinham acesso a programas
cristãos. Isso sem contar a internet, cuja audiência não pode ser medida.
Mesmo assim, o Islã é a religião que mais cresce no mundo hoje. Dos 200
milhões de seguidores em 1900, os muçulmanos cresceram mais de 500% durante o
século 20.
As mudanças demográficas nos últimos trinta anos chama a atenção. Em
1970, havia 554 milhões de muçulmanos no mundo e 666 milhões de católicos. No
ano 2000, o Islã chegou a 1,2 bilhão de seguidores, enquanto o catolicismo
contabilizava 1,1 bilhão. Isso significa que, em 2025, devemos ter 1,3 bilhão
de católicos em um mundo habitado por 1,8 bilhão de muçulmanos.
O total do que Barrett chama de “religiões diferentes” cresceu de 1000,
no ano de 1900, para 10 500 hoje, e deve chegar a 15 000 nos próximos 25 anos.
Embora este crescimento pareça absurdo, o surgimento das novas religiões mostra
que o mundo moderno não é tão ateu nem rejeita tanto assim a religiosidade
quanto se pensa.
Essas novas religiões misturam elementos da fé de cristãos, budistas,
hindus, muçulmanos e outras menos expressivas. Por exemplo, a Dai Viet Nam
mistura budismo, confucionismo e taoísmo, usando ao mesmo tempo a Bíblia e o
Alcorão, e tendo um líder com status de “Papa”. Outro exemplo são os muçulmanos
Ahmadi, os quais afirmam que Jesus escapou da cruz e morreu na Índia com 120
anos.
Traduzido e adaptado de Cristianos.com
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