As Trindades nas
religiões antigas
Como podem ver a
maioria dessas religiões não existem mais, muitas delas assim como suas seitas
foram suprimidas pelo cristianismo em sua expansão, outras, foram destruídas ou
aculturadas por outras civilizações e apenas duas, o Hinduísmo e o Zoroastrismo
estão quase que exclusivamente presentes no território em que surgiram. Para
entendermos porque a maioria dessas crenças foram extintas precisamos entender
o contexto histórico que levou à absorção dessa doutrina pelo cristianismo.
A formação da Trindade no cristianismo
Como sabemos na época de formação do
cristianismo existiam muitas religiões no Império Romano. Dentre elas a
religião egípcia, a religião greco-romana e o Mitraísmo. Como vimos em todas
estas religiões está presente a doutrina da trindade. O cristianismo aos poucos
foi deixando de ser mais uma das seitas judaicas como os essênios e nazarenos
para firmar-se como a religião oficial do Império Romano. No princípio o
cristianismo tentava seguir ao máximo os preceitos do judaísmo, mas após a elaboração
de uma doutrina excepcional por Paulo de Tarso, judeu e soldado romano, fica
claro o porquê de uma absorção teológica por parte do cristianismo. Sendo
soldado romano, Paulo vivia sob a cultura romana, ou seja, em constante contato
com as demais religiões.
Com sua conversão para o cristianismo
era inevitável uma desligação total dos preceitos das antigas religiões. Com
isso, na elaboração da nova doutrina (afinal, Paulo fez uma releitura do
judaísmo encaixando Jesus no contexto do Antigo Testamento segundo a sua
perspectiva, afinal, a base de interpretação do cristianismo e do Novo
Testamento tem as cartas de Paulo) a seita cristã adquiriu aspectos pagãos.
Isto é confirmado pelo próprio Judaísmo uma vez que a crença judaica não possui
uma trindade, visto que para os judeus Deus é um só, e a própria concepção de
Espírito Santo possui uma outra conotação, o que impediria a formação de uma
trindade. Entretanto os bispos reunidos no Concílio de Nicéia achariam uma
brecha teológica Judaísmo para justificar a doutrina da trindade. A mesma
brecha pode ser achada no Islã como veremos mais a frente.
Com o Edito de Milão o cristianismo
deixou de ser perseguido e finalmente com a oficialização da Igreja como
religião do Estado, as outras religiões foram proibidas. Como uma religião não
se acaba de uma hora para outra, houve uma absorção dos preceitos das diversas
religiões dentro do Cristianismo. No Concílio de Nicéia foram formuladas as
diversas doutrinas do cristianismo inclusive a da trindade, visto que tendo Jesus
vindo do Judaísmo não teria possibilidade dessa doutrina ter vindo
originalmente da religião judaica. Assim fica clara a absorção da doutrina da
trindade das outras religiões. Entretanto uma doutrina não pode ser colocada do
nada numa religião sem uma justificativa, e essa justificativa para a doutrina
da trindade está dentro da própria Bíblia como veremos a seguir.
A Trindade no Cristianismo
Para os cristãos, Deus é um só, dividido
em três naturezas distintas. A primeira natureza é a de Deus Pai, aquele que
cria e rege o Universo. Geralmente, a figura de Deus Pai é associada à imagem
de Deus em sua plenitude. A segunda natureza é a de Deus Filho, aquele que vêm
a Terra para salvar a humanidade. É o aspecto pessoal de Deus. A terceira
natureza é a de Deus Espírito Santo, aquele que dá a vida e seus dons. É o
aspecto de Deus como sendo presente no meio material. É representado por uma
pomba.
No Judaísmo não há trindade, entretanto
para os cristãos a primeira menção a trindade já está nas primeiras palavras do
Gênese: “No princípio, Deus criou os céus e a terra.” – Gênesis 1:1. A palavra
original em hebraico para Deus é Elohim. Entretanto a palavra Elohim é uma
palavra que indica o plural. Se levarmos ao pé da letra a tradução teremos: “No
princípio, os Deuses criaram os céus e a terra”. Aí temos duas inconsistência.
A primeira: Um politeísmo. Alguns historiadores afirmam que no princípio, a
crença judaica era politeísta, mas com a unificação das tribos houve a
unificação da crença existindo um deus único que mais tarde os hebreus deram o
nome de YHWH, ou seja, nome nenhum, visto que o tetragrama não tem tradução
para o hebraico. Isto significaria que para não haver uma disputa de deuses, o
nome de Deus seria impronunciável sendo chamado apenas de Senhor (Adonai). Até
hoje não há tradução para o tetragrama sagrado, sendo para os judeus, um
mistério de fé. Por isso a tradução para o português como Javé ou Jeová é
errada.
Entretanto, para os cristãos, essa
inconviniência é justificada pela doutrina da trindade. Para os cristãos, o
caráter pluralista de Deus confirma a doutrina da trindade. Segundo os
cristãos, no versículo “Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança.” – Gênesis 1:26, Deus está presente como sendo trino. Em diversos
outros versículos Deus se apresenta como plural. E no Novo Testamento, durante
o batismo de Jesus temos a figura da trindade: “Depois que Jesus foi batizado,
saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma
de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito
amado em quem ponho minha afeição.” – Mateus 3:16,17. Nesta cena temos presente
o Pai com a voz de Deus, o Filho com a figura de Jesus e o Espírito Santo com a
pomba. Entretanto para os judeus isto é um equívoco, ainda mais, uma heresia.
A Trindade no Judaísmo
A Torah, ou “Lei” em hebraico é a Bíblia
judaica, nela estão presentes os cinco primeiros livros da Bíblia cristã e
entre eles está o Gênesis, ou Bereshit em hebraico que significa “No
princípio”, visto que essas são as palavras de abertura do livro. Como vimos,
logo no começo do Gênesis Deus se apresenta como sendo plural, sendo trino ou
como vários deuses distintos. Isso confirmariam a doutrina da trindade dentro
do próprio judaísmo, entretanto os judeus refutam a doutrina utilizando-se de
outros trechos das escrituras. Vários trechos negam a trindade como “Eu sou o
primeiro e eu sou o último. Fora de mim não há Deus.” – Isaías 44:6, Deus
define-se no tempo e no espaço. Para os cristãos, Deus estava falando em sua
totalidade, entretanto temos mais a frente a famosa lei dos 10 Mandamentos “Não
terás outros deuses diante de Mim”. – Êxodo 20:3 em que Deus fala plenamente
singular, onde a palavra Elohim não aparece.
Outro fato os judeus se utilizam para
negar a trindade é o conceito de Espírito Santo. A palavra original em hebraico
é Ruach Ha Kodesh que é traduzido literalmente como Espírito Santo. Entretanto
o termo Ruach HaKodesh significa “inspiração”, que é uma das qualidades do
Espírito Santo segundo o cristianismo. A inspiração é ligada à mente visto que
todas as ações humanas provém dela. Curiosamente o termo hebraico para espírito
é Ruwach que também significa “inspiração”, ou “fôlego”. Ora, sendo o espírito a
inspiração vinda da mente, logo o espírito é a mente. A essência do ser humano.
Então o Espírito Santo seria a mente de Deus. Deus como um ser pensante, assim
como o homem, por isto ele nos fez “segundo a sua imagem e semelhança”. Esta é
uma das explicações dadas por alguns segmentos religiosos cristãos como os
Adventistas, que negam a doutrina da trindade, visto que Deus Pai e o Espírito
Santo seriam uma coisa só.
Mas sendo Deus Pai e o Espírito Santo,
como poderia o Filho provir deles? Para os cristãos Jesus é uma encarnação de
Deus, mas levando em conta o contexto da palavra espírito, Jesus seria Deus
encarnado em sua mente, ou seja, Jesus seria um ser humano inspirado pela mente
de Deus ou vontade de Deus assim como um profeta. Esta é a visão muçulmana que
diz que Jesus estava sob a Vontade de Deus, ou seja, ele era um muçulmano,
aquele que se submete à Vontade de Deus, não como um escravo, mas como alguém
consciente que assume uma missão. Entretanto, mesmo negando, o conceito de
trindade assim como o Judaísmo, a mesma também se faz presente no Islamismo.
A Trindade no Islamismo
Embora neguem a trindade, a mesma se faz
presente no Islã, mais precisamente em trechos do Corão. Sob os mesmos aspectos
apresentados no Gênesis temos: “E o atendemos e o agraciamos com Yahia (João),
e curamos sua mulher (de esterilidade); um procurava sobrepujar o outro nas
boas ações, recorrendo a Nós com afeição e temor, e sendo humildes a Nós.” –
Alcorão 19:12. E ainda mais a frente: “Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos
de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos
outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente.
Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado.” – Alcorão 49:13.
Para os muçulmanos esta passagem tem a
mesma explicação do judaísmo, visto que a palavra Allah vem do hebraico El
Ellah, ou Elohim. Allah significa Deus em árabe e assim como a palavra Elohim
ela é flexionada no plural. Com isso, temos uma menção a um Deus plural, ou
vários deuses. Mas visto que Deus é tido como único no Islã temos uma
interpretação onde Deus é um só, mas manifesta-se através dos profetas, por
isso, o caráter plural, onde Deus compartilha sua natureza com os homens. É
tanto que a Essência de Deus é comungada com os homens segundo os Sufis, um
segmento religioso do Islã que prega que através da mente podemos nos unir com
Deus (misticismo Islâmico). Esta visão mística também é compartilhada pela
Kabalah judaica. Curiosamente essa mesma visão de comunhão entre Deus e os
homens por meio da mente é a essência dos ensinamentos orientais, mais
precisamente com o Budismo e o Hinduísmo como veremos nos próximos capítulos.
Este é o ponto de encontro entre a espiritualidade ocidental e oriental.
A Trindade no Hinduísmo e Budismo
Para o hinduísmo, Deus é único, não
existe outro além Dele. Ele está no Universo e em todas as coisas criada por
Ele, pois assim Deus pode ser onipresente e manifestar-se em todo o Universo.
Mas Ele não se limita ao Universo. O título que se dá a Deus em sua forma impessoal
no hinduísmo é Brahman, que significa “O Princípio Absoluto”. Deus também é
designado como sendo o Om, o mantra “AUM”. Essa sílaba faz relação às três
naturezas de Deus como Criador, Conservador e Renovador (Pai, Filho e Espírito
Santo), uma espécie de “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” que os
católicos dizem antes de qualquer oração, neste caso, os hindus que a utilizam
antes de qualquer oração ou invocação.
Assim como o cristianismo, o hinduísmo
possui uma trindade aonde Deus é um só, mas possui três naturezas. Brahma, ou o
“Pai Criador” é a primeira natureza da Trindade hindu chamada “Trimurti”. A
segunda natureza é Vishnu, o “Filho Conservador” que vem a Terra salvar os
homens. Ele encarna de tempos toda vez que os homens esquecem a mensagem de
Deus. E a terceira natureza é Shiva, o “Espírito Santo Renovador”, Ele é que dá
sabedoria aos homens e os renova por meio da “destruição” da velha consciência
e a ressurreição com uma nova. Essa trindade mostra que Deus também segue o
ciclo da vida criando, mantendo, e renovando a vida. No hinduísmo Deus é
“Absoluto” ou seja, “Perfeito”. E como um ser perfeito ele precisa ser
simétrico, por isso, cada natureza masculina possui seu oposto feminino com as
mesmas funções das masculinas. A Trimurti feminina é composta por Saraswati, a
“Consorte do Pai Criador”, Lakshmi, a “Consorte do Filho Conservador” e
Parvati, a “Consorte do Espírito Santo Renovador”. Assim com essa Trimurti
Feminina, as três naturezas de Deus ficam em equilíbrio.
Tanto no Cristianismo quanto no
Hinduísmo, o significado palavra “Filho” quer dizer “Aquele que vem sob a forma
de”. Shiva e Parvati possuem um Filho, Ganesha, o Elefante. Como Shiva é o
Espírito Santo, Ganesha é o Espírito Santo que vem sob a forma de um Elefante,
enquanto que no Cristianismo, o Espírito Santo vem sob a forma de uma pomba.
Por isso o Elefante é considerado um animal sagrado na Índia. Curiosamente,
Maya, a mãe de Buda durante a revelação que seria mãe do Deus sonhou com um
Elefante branco. Como já vimos sendo o elefante é o símbolo de Ganesha, filho
de Shiva que é o Espírito Santo temos a simbologia onde Maya foi visitada pelo
Espírito Santo na sua forma terrena sendo assim, fecundada pelo mesmo dando a
luz a Buda, o Senhor do mundo. Mais a frente na biografia do Iluminado temos
mais um simbolismo onde após atingir a Iluminação após a tentação, uma Naja
gigante repousa sobre a cabeça do santo. Retomando a figura de Shiva, a Naja é
um dos símbolos do Espírito Santo hindu, sendo um símbolo da sabedoria. Com isso
temos a metáfora que a sabedoria do Espírito Santo de Deus repousou sobre
Sidharta.
Logo é errado dizer que o budismo é uma
religião atéia, visto que o próprio Buda fala de Deus como um ser real como
veremos mais a frente. Por vir do Hinduísmo, o Budismo tem que por regra,
absorver aspectos da sua religião precursora, onde o processo de aculturação é
inevitável e claro. Com isso temos a figura divina do Buda, a descida de Deus a
Terra e o caráter mítico e messiânico da religião. É impossível que uma religião
não possua esses elementos, mesmo que estejam presentes implicitamente.
A Trindade Greco-Romana
Uma trindade curiosa é a trindade
greco-romana. Ela é composta por Zeus (Júpiter), Athena (Minerva), e Hera
(Juno). Antes de mais nada, devemos entender o porquê de Zeus ser não só o rei
dos deuses como o próprio o Pai. Segundo a mitologia grega Zeus era filho de
Cronos (o Tempo) e Réia. Antes Cronos devorava seus filhos, para que não
tomassem seu lugar como Senhor do Universo. Pois bem, Réia teve mais seis
filhos dos quais cinco foram devorados, menos um, Zeus que ela escondeu de
Cronos. Muito tempo se passou, até que Zeus matou Cronos e expulsou Réia
mandando-os para a Terra. Então Zeus assumiu o lugar de rei dos deuses e como
venceu Cronos (Tempo) virou imortal junto com todos os outros deuses. Mas então
Zeus foi criado? Não. Quando dizemos que Cronos e Réia foram seus pais e que
Zeus os venceu, quer dizer que Zeus virou eterno, Senhor do Tempo e da
Existência, ele sempre existiu, mesmo antes de Cronos. Assim, Zeus está além do
tempo, sendo este, reservado aos mortais e assim como a todo o resto do
Universo.
Os 6 filhos de Cronos eram: Zeus (Pai
dos deuses e dos homens), Deméter (Deusa da Natureza), Hades (Deus do Mundo dos
Mortos, não necessariamente o inferno), Hera (Deusa do Nascimento), Héstia
(Deusa do Fogo) e Poseidon (Deus das Águas). Muitos pensam que esses 6 deuses
são deuses distintos, mas não são. Podemos ver claramente uma completude como
vemos no caso da Trimurti hindu. Sendo Zeus o deus da criação, da vida, sua
contraparte é Poseidon, deus das águas, visto que toda a vida surgiu das águas.
Sendo Deméter a deusa da natureza, ela está responsável pela manutenção da
criação e acolhimento da vida, enquanto Hades, deus dos mortos está ligado ao
acolhimento da morte. E sendo Hera a deusa do nascimento, sua contraparte é
Héstia, visto que ela como sendo deusa do fogo, tem o poder de renovar a
criação assim como o nascimento. A religião grego-romana em sua essência não é
politeísta, visto que Deus representa o Universo em sua totalidade, podemos
dizer que Deus na mitologia grega é o panteísmo. Uma famosa frase de Pitágoras
exprime isso quando ele diz “Deus é um em muitos”. Vários filósofos e
pensadores gregos falam em Deus como sendo um e não muitos, pois tudo o que
existe tem uma essência comum, e se os deuses existem, é porque houve uma
origem divina. Mas onde entra a trindade?
Como podem ver, a trindade greco-romana
tem um paralelismo com a hindu, visto que as naturezas de Deus se equilibram em
duas trindade complementares a fim de manter o caráter de perfeição. Mesmo
tendo este caráter múltiplo, na verdade só existe uma trindade. Segundo a
mitologia grega Zeus é casando-se com Hera (união do Pai com o Espírito Santo)
tive uma filha: Athena (Minerva). Essa união dos três deuses também remete à
trindade hindu uma vez que Zeus cumpre o papel de criador, Athena de
conservadora da criação e Hera de geradora da vida, ou renovadora. Esta é de
fato a representação oficial da trindade na religião greco-romana.
A Trindade no Zoroastrismo
A Trindade no Zoroastrismo é composta
pelo Deus criador Ahura-Mazda, o Saoshyant, representado pela figura de Mithra
e Vohu Mano, o Espírito de Ahura-Mazda. Ahura-Mazda significa o Grande Senhor
em persa antigo. Segundo a mitologia zoroastra, foi ele que criou todo o
universo. Para manter o Universo em harmonia, ele manda o Saoshyant, o Messias
salvador que tem por missão conduzir a humanidade à salvação. A palavra
Saoshyant significa “Aquele que trás a Boa Nova”. Para o zoroastrismo, o
Saoshyant vem à terra de tempos em tempos. Uma dessas encarnações é a do deus
Mithra. Novamente temos uma alusão à Trimurti. Junto com Ahura-Mazda e o
Saoshyant há Vohu Mano, ou a “Santa Mente”. Ora, não preciso dizer mais nada.
Retomando a conotação da palavra espírito no judaísmo e a concepção do que
seria o Espírito Santo, temos que Vohu Mano é a mente de Ahura-Mazda, seu
Espírito Santo.
Em uma das diversas narrativas do
Zoroastrismo uma chama atenção. Durante um momento de meditação numa caverna Zaratustra
tem uma revelação onde Vohu Mano lhe aparece dizendo: “Zaratustra, tu que
questionas sobre as coisas criação, receberá de Ahura-Mazda as respostas, pois
Deus o escolheu para partilhar com os homens a sua sabedoria. Você irá anunciar
a Sua mensagem libertadora aos homens”. Assustado, Zaratustra respondeu: “Por
que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!”. Entretanto Vohu Mano disse:
“Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos,
boas palavras e boas ações. Tú és o escolhido de Deus. Agora vai!”. Se
trocassemos os nomes Zaratustra por Moisés e Vohu Mano por Elohim teríamos a
mesma cena. Está clara a relação entre a revelação de Deus a Moisés e a
Zaratustra. Com Moisés, aconteceu a mesma coisa, visto que Deus se manifestou
para ele em Espírito (mente) inspirando-o à seguir em uma missão. A mesma coisa
com Zaratustra. Por isso temos Vohu Mano como sendo o Espírito de Ahura-Mazda,
Deus.
Depois dessas reflexões chegamos a duas
conclusões. A primeira é que se formos considerar apenas a essência das
religiões monoteístas como o Judaísmo de onde veio o cristianismo, realmente
não há uma trindade de um só Deus. Entretanto devemos ter em mente que antes de
ser algo concreto, a religião lida com o metafísico tendo seu entendimento via
filosofia, não ao pé da letra. Se formos ver pelo lado filosófico, há uma
trindade sim, visto que Deus manifesta-se em Espírito (mente) dentro do enviado
estando o Messias em comunhão com a Mente de Deus, para assim transmitir Sua
mensagem aos homens. Deus como sendo impessoal não pode gerar um Filho
material, entretanto ele pode gerar um filho espiritual que serve de elo entre
Ele e os homens. O caminho. Quando Jesus falava ser uno com Deus e como
consequência, Seu Espírito, falava estar em unidade com a Mente de Deus, para
poder cumprir Sua Vontade, assim como os diversos enviados.
Escrito por Shaka Kama-Hari
Fonte
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NÍVEL DE INFORMAÇÃO. (PROJETO-MOBILIZACAO)
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