A IDADE DA TERRA
1. Qual é
a idade da Terra?
A maioria dos cientistas crê que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Este
valor é baseado em datação radiométrica. Muitos criacionistas crêem que a Terra
tenha cerca de 6.000 a 10.000 anos. Estes valores são baseados nas cronologias
do Gênesis. Alguns criacionistas crêem que esta questão não é muito importante;
talvez os minerais tenham sido criados numa ocasião, e a vida em outra. A
Bíblia não dá uma idade para a Terra, e nenhuma conclusão teológica é baseada
na idade da Terra, de forma que esta questão pode não ser tão importante como
algumas outras.
2. Por
que os cientistas pensam que a Terra tem bilhões de anos?
Estes valores são o resultado de técnicas de datação radiométrica que são
aplicadas às rochas. O mais popular destes métodos é provavelmente o do
potássio-argônio, embora haja vários outros, tais como o urânio-chumbo,
rubídio-estrôncio, etc. (1). Alguns átomos de potássio são
radioativos e se transformam em argônio, um gás inerte. O material radioativo
(potássio-40) é chamado de material pai; o produto (argônio-40) é chamado de
material filho. À medida que o tempo passa, a quantidade de material pai
(potássio-40) diminui enquanto a quantidade de material filho (argônio-40)
aumenta.
As idades
determinadas por potássio-argônio são calculadas a partir da proporção entre
argônio e potássio. Esta proporção fica maior com o decorrer do tempo. Se a
quantidade de potássio-40 fica muito pequena para ser detectada, o método não
pode mais ser usado para calcular a idade de uma rocha. As quantidades de
potássio-40 e argônio-40 podem ser medidas com precisão, mas a exatidão da
idade depende da confiabilidade de três premissas principais: taxa de
decaimento constante, sistema fechado, e concentração inicial. A hipótese da
taxa de decaimento constante parece válida; há pouca evidência já observada
contra ela. A hipótese do sistema fechado é válida na maior parte das vezes (o
método não é aplicado a rochas que mostram evidente alteração química), mas há
sempre necessidade de cautela. A hipótese da concentração inicial é a parte
mais fraca do método de cálculo de idades radiométricas. São feitas tentativas
para estimar a concentração inicial da forma mais razoável possível, mas não há
meio de ter certeza de que as estimativas estejam corretas. Não se pode voltar
no tempo e examinar a amostra de rocha logo que foi formada. Os criacionistas
que defendem uma idade curta para a Terra suspeitam que haja problemas com a
hipótese do sistema fechado e com a hipótese da concentração inicial.
3. O que
significa meia-vida?
Meia-vida é o tempo necessário para que metade da amostra de um material
radioativo pai se transforme em material filho. Para o potássio-40, a meia-vida
determinada é de cerca de 1,3 bilhões de anos. Isto significa que se iniciarmos
com 1000 átomos de potássio-40, 500 deles terão se transformado em argônio-40
após 1,3 bilhões de anos. Após outros 1,3 bilhões de anos, apenas 250 deles
terão restado, e terão se formado 750 átomos de argônio-40. Uma terceira meia
vida irá reduzir o potássio-40 a 125 átomos, com a formação de um total de 875
átomos de argônio-40. Neste ponto, a proporção de uma parte de potássio-40 para
7 partes de argônio-40 iria indicar uma idade de cerca de 3,9 bilhões de anos,
que é aproximadamente a idade radiométrica das "mais velhas" rochas
conhecidas na Terra.Os detalhes técnicos complicam os cálculos na prática, mas
este exemplo ilustra os princípios no qual o método é baseado.
4. Como
os criacionistas explicam idades radiométricas de muitos milhões de anos?
Os criacionistas não têm uma explicação adequada, mas já foram propostas
algumas possibilidades (2). A primeira possibilidade é que
as rochas da Terra sejam muito antigas porque o planeta foi formado bem antes
de a vida ter sido criada nela. Esta teoria propõe que o Gênesis se refere
apenas à criação da vida no planeta e não à criação do planeta em si. Esta é
chamada de "Hipótese de Dois Estágios da Criação". A segunda hipótese
é que Deus tenha criado um planeta maduro, com árvores crescidas, animais
adultos e seres humanos adultos também. Portanto, é razoável que as rochas
tenham sido criadas para aparentarem idade também. Esta é conhecida como a
"Hipótese da Criação da Terra Madura". Uma terceira possibilidade é a
de que haja alguma razão funcional para que certos materiais radioativos não
devessem ser abundantes, para não acarretar danos sobre os organismos vivos.
Isso implica que as quantidades reduzidas de átomos pais radioativos fazem
parte do planejamento intencional do Criador.
5. Que
problemas não resolvidos sobre a idade da Terra são de maior preocupação?
A questão mais difícil é provavelmente a seqüência aparente de idades
radiométricas, dando idades mais antigas para as camadas inferiores da coluna
geológica e idades mais recentes para camadas superiores. Outras questões são:
por que a datação radiométrica produz sistematicamente idades muito maiores do
que as sugeridas pelo relato bíblico; a razão para vestígios de atividade na
coluna geológica; e explicação para as longas séries de camadas de gelo polar.
Notas para as perguntas sobre a idade da Terra
1. Ver: (a) Newcomb R. C.
1990. "Absolute age determination". Berlin and NY: Springer-Verlag;
(b) Faure G. 1986. "Principles of isotope geology". 2a edição. NY:
John Wiley and Sons.
2. Ver: (a) Brown R. H. 1983. "How solid is a radioisotope age of a rock?" Origins 10:93-95;
(b) Brown R. H. 1977. "Radiometric age and the traditional
Hebrew-Christian view of time".Origins 4:68-75; (c) Giem P. A.
L.. 1997. "Scientific theology". Riverside, CA: La Sierra University
Press, p 116-136; (d) Brown R. H. 1996. "Radioisotope age", Part
1. Geoscience Reports No. 20; (e) Webster C. L. 1996.
"Radioisotope age", Part 2. Geoscience Reports No
21; (f) Clausen B. L. 1997. "Radioisotope age", Part 3. Geoscience
Reports Nº 22. Loma Linda, CA: Geoscience Research Institute.
FONTE
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