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Divórcio e novo casamento - um estudo bíblico
inicial
Key Yuasa
Introdução
Recebi a visita de um homem, filho de crentes,
que, estando divorciado, desejava se casar porque encontrou uma boa pessoa. Sua
ex-esposa há anos deixou a casa, quando ele descobriu o fato de que ela saía
com outra pessoa. Os filhos ficaram com o pai, mas eles vêem regularmente a
mãe. A noiva que me foi apresentada é membro de uma igreja evangélica e deseja
levar uma vida cristã em nossa igreja. O noivo não é membro, mas freqüentava
quando jovem a igreja e mandou, durante anos, seus filhos para a escola
dominical. Desta vez, ele gostaria de poder preparar-se para o batismo para ter
uma vida cristã, e, assim, regularizar sua vida familiar. Que fazer? Qual é o ensino
bíblico sobre esse assunto?
Encontrei dois opúsculos recentemente lançados
no Brasil: Divórcio e Novo Casamento, de Tony Evans (São Paulo: Vida,1997;
edição original em inglês, Chicago: Moody, 1995) e Casamento: Contrato ou
Aliança?, de Craig Hill (Pompéia, SP, MMI, s/d; edição original Northglenn,
Ccl.: Harvest, 1992).
O primeiro livro começa muito bem, contemplando
a exceção apontada por Jesus em Mateus 19.9 e 5.32, bem como a possibilidade de
aceitar a separação de um cônjuge não crente para que este fique livre da
“servidão” ou das amarras do casamento (apresentada por Paulo em 1Cor 7.15).
Mas, a partir disso, o autor faz malabarismos exegéticos que forçam a Palavra
para incluir na categoria de cônjuge morto, os mortos espirituais (Rm 7.1-3), abrindo
a porta para uma ampla gama de situações em que seria “bíblica” a separação e o
re-casamento. Esse livro, no mínimo força, na parte final, a Palavra ao dizer o
que o autor deseja, a fim de permitir o divórcio e o re-casamento em mais
situações do que a Bíblia permite.
O segundo adota a posição diametralmente oposta
de procurar desaconselhar ao cristão o divórcio e não permitir nenhum outro
casamento para a pessoa divorciada. Isso é feito através de categorias
apresentadas no livro chamado Meant to Last, de Paul Steele e Charles Ryrie
(Wheaton, Ill. Victor. 1986), no qual seriam cinco as posições dos cristãos
historicamente falando:
a) O ponto de vista patrístico - Os pais da
igreja nos cinco primeiros séculos e os líderes em geral, com poucas exceções,
até o século 16, teriam sido ‘unânimes no entendimento do ensino de Cristo e
Paulo. Se alguém sofresse o infortúnio do divórcio, um novo casamento não seria
permitido qualquer que fosse a causa.
b) O ponto de vista erasmiano - É a posição da
maioria dos protestantes, a partir do séc.16, que permite o divórcio e o
re-casamento.
c) O ponto de vista preterativo - É o ponto de
vista de Agostinho, que procura explicar o diálogo de Mateus 19.1-12, com
esclarecimento de que havia duas escolas rabínicas de interpretação da lei de
casamento e divórcio no judaísmo: uma de Hillel, que permitia todo tipo de
divórcios e outra de Shammai, que procurava restringir tal possibilidade ao
mínimo. A questão era como interpretar as “coisas indecentes” de Deuteronômio
24.1 .A resposta de Jesus teria sido para despistar e, não, para responder a
nenhuma dessas sugestões. Depois, quando estavam sozinhos com Cristo, os
discípulos o pressionaram para resolver o assunto, e ele teria respondido a
questão em Marcos 10.11-12.
d) O ponto de vista dos esponsais entende
“pornéia” como uma referência a relações sexuais de pessoas ainda não casadas
de verdade. Aquelas que estejam comprometidas como noivos. Apenas nesse caso
seria possível a separação e ‘re-casamento”, ou melhor, seria o primeiro
casamento
e) O ponto de vista da consangüinidade permite o
divórcio, mas não o re-casamento de pessoas cujos casamentos estão proibidos em
Levítico18.6-l8, entre pais e filhos(as) (mesmo de segunda núpcias), madrasta e
padrasto com enteado(a), entre sogros(as) e genros e noras, entre pessoas que
têm relacionamento de cunhados(as), entre tios(as) e sobrinhos(as), entre
avôs(ós) e netos(as).
Essa análise histórica de posições típicas, não
deixa de ser interessante, mas senti-me um pouco incomodado com o epíteto de
“erasmiano” (referente à figura humanista do Erasmo de Rotterdam), todas as
vezes que se tratava de uma posição que visasse valorizar o texto de Mateus
19.9. Considerei que o autor defendia seu ponto de vista contra o re-casamento
de pessoas divorciadas, e que o tratamento foi mais ideológico do que uma
análise do texto bíblico.
Diante disso, resolvemos ir pessoalmente aos
textos bíblicos a fim de re-estudá-los e chegarmos pessoalmente às conclusões
de que necessitamos com urgência para tomar uma atitude no caso que nos ocupa
pastoralmente. No exame dos textos, essas posições re-aparecerão com maior
detalhes.
Mateus 19.9
Examinemos diferentes versões deste texto.
Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de
sua esposa exceto por imoralidade sexual [pornéia], e se casar com outra
mulher, estará cometendo adultério. (NVI)
Portanto eu afirmo o seguinte: o homem que se
separar da sua mulher, a não ser em caso de adultério [pornéia], se tornará
adúltero se casar com outra mulher. (Linguagem de Hoje)
E eu lhes digo isto: Todo a quele que se
divorciar de sua esposa, a não ser por causa de infidelidade [pornéia], e
casar-se com outra, comete adultério. (Viva)
Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher,
não sendo por causa de relações sexuais ilícitas [pornéia], e casar com outra,
comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]. (Alm. Rev.
Atual.)
Eu vos digo porém que qualquer que repudiar a
sua mulher não sendo por causa de prostituição [pornéia] e casar com outra, comete
adultério, e o que casar com a repudiada também comete adultério. (Alm.
Contemp.)
Esse recenseamento breve dos textos mais usados
entre nós permite concluir preliminarmente que
a) Existe uma diferença entre os três primeiros
em relação aos dois últimos, no sentido de que aquelas versões não incluem a
cláusula “e o que casar com a repudiada comete adultério”, presente em alguns
manuscritos importantes, mas, ao mesmo tempo, ausente em outros. É por causa
disso que a edição de Almeida Revista e Atualizada manteve a cláusula entre
colchetes, a fim de indicar que, embora tenha evidência bastante para ser
incluída, essa cláusula não tem aceitação unânime como outras partes deste
Evangelho de Mateus.
b) A não ser essa diferença no tratamento do
texto original, todas as cinco versões aceitam cláusula de exceção presente no
texto de Mateus (“não sendo...”, “a não ser por causa”, “exceto por..”), ao
contrário dos textos paralelos de Marcos e Lucas.
c) A diferença maior entre as versões em
português está na compreensão da palavra “pornéia”, que recebeu as seguintes
traduções:
i)imoralidade sexual, infidelidade, relações
sexuais ilícitas;
ii) adultério, prostituição.
De um estudo acurado do significado da palavra
pornéia, chegamos à conclusão de que o sentido i) é mais correto e natural.
Notamos que as três traduções japonesas, bem como a versão particular
Guendaiyaku do prof. Reiji Oyama usaram as palavras futei, “infidelidade”
- Guendaiyaku (1983) e Shinkai-yaku (1963,
1970); fuhinkô, imoralidade - Koogooyaku (1954) e inkô, “conduta contrária aos
bons costumes” - Bungoyaku (1930)mais próximas do sentido i) que do ii).
“Pornéia” ainda significa: ofensivo ao pudor, contrário aos bons costumes,
imoralidade, incluindo o sentido sexual. Em português, deu origem à palavra
“pornografia”. Aliás, em quase todas as línguas ocidentais temos palavras
correspondentes a esse termo, que derivam da mesma raiz grega. O sentido ii),
que inclui o aspecto jurídico (adultério) e o comercial (prostituição) não é o
significado primário da palavra “pornéia”. Mas, o sentido de adultério, pode
ser inserido nessa frase de Jesus, porque o contexto trata de uma esposa
regularmente casada.
O sentido de prostituição poderia ser deduzido a
partir da frase “contrário aos bons costumes”, aplicada a uma esposa e dona de
casa. Mas, tanto “adultério” como “prostituição”, parecem forçar um pouco o
sentido usual de “pornéia”, quanto ao seu sentido gramatical, por força de
dedução hermenêutica. A dificuldade dessa interpretação forçada é que no caso
específico de “prostituição”, por exemplo, viria a dar um sentido bastante
diferente. Se o divórcio e o novo casamento são permitidos somente quando há
prostituição, estão excluídos adultérios que não envolvem vantagens pecuniárias
ou transação comercial?Seria isso que Jesus quis dizer?
d) embora não dê uma aprovação entusiástica a
isso, por causa da dureza do coração dos homens Jesus aceita a possibilidade de
divórcio e re-casamento em caso específico de infidelidade conjugal praticada,
segundo o texto de Mateus.
Os textos em inglês
And 1 say unto you, Whosoever shall put away his
wife except it be for fornication, and shall marrv another, committeth
adultery: and whosoever marrieth her which is put away doth commit
adultery. (KJ - King James)
And 1 say unto you. Whoever divorces his wife,
except for unchastity. and marries another, commits adultery. (RSV -
Revised Standard Version)
I tell you, if a man divorces his wife for any cause other than unchastity, and
marries another, he commits adulterv. (OC - Oxford and Cambridge)
1 tell you that anyone who divorces his wife,
except for marital unfaithfulness, and marries another woman, commits
adultery. (NIV - New International Version)
Existe um paralelismo interessante entre as
versões em português e as versões em inglês:
a) a Bíblia King James (KJ) é muito semelhante a
Almeida Revisada e Atualizada, pois
1.mantém a cláusula final que outras versões
eliminaram;
2.traduz literalmente o verbo apolúse por
“repudiar” ou “mandar embora” (put away) e não modernizou usando a expressão
“divorciar” como as outras versões mais recentes;
3.a palavra “pornéia” é traduzida por
“fornicação”, sentido que é bem próximo de relações sexuais ilícitas.
b) todas as versões mais recentes em inglês ou
em português eliminaram a cláusula final.
c) No inglês há variantes na tradução de
“pornéia”, vertido por “falta de castidade” (unchasty) e por “infidelidade
conjugal” (marital infidelitv). No português existe um paralelismo, mas vemos
que nossas versões avançaram mais com “adultério” e “prostituição”.
As versões católico-romanas
Para efeitos de comparação, vamos agora examinar
algumas versões católico-romanas.
Eu pois, declaro que todo aquele que repudiar a
sua mulher, se não for por causa de adultério, e casar com outra comete
adultério; e o que se casar com a que o outro repudiou, comete
adultério. (A.P. Figueiredo. 1964, 1977)
Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita
a sua mulher, exceto no caso de um matrimônio falso e esposa uma outra comete
adultério. E aquele que esposa uma mulher rejeitada comete também um
adultério. (versão Maredsous trabalhada no Centro Bíblico Católico, SP,
1959)
Or je vous le dis: quiconque repudie sa femme je
ne parle pas de la fornication et en épouse une autre, commet un
adultère. (ed. orig franc. da Bíbia de Jerusalém, 1955)
A hora bien, os digo que quien repudie a su
mujer — salvo en caso de fornicación y se case con otra, comete
adultério. (vers. esp. da Bíblia de Jerusalém, 1966)
Algumas
observações:
a) as duas primeiras versões a de Figueiredo e a
versão dos monges Maredsous, trabalhada no Centro Bíblico em São Paulo — são
bem parecidas com a versão de Almeida pelo fato de que incluem a cláusula
final, assim como a versão King James a traz no inglês. A versão de Figueiredo
é realmente muito próxima à tradução de Almeida.
b) Todas as versões traduzem apoIúse por
“repudiar” ou “rejeitar”, numa tradução mais literalmente próxima da original.
c) A versão do Centro Bíblico traduz “pornéia”
por “matrimônio falso”, mas é honesto, ao indicar em nota ao pé da página, que
se trata de um texto de difícil interpretação. Nos esclarecimentos doutrinários
ao final da Bíblia, sobre a palavra “divórcio” são mencionados dois
significados mais usualmente adotados na tradução da palavra “pornéia”, “adultério”
ou “fornicação”, que viria de S. Jerônimo, isto é, da versão Vulgata (versão
latina e oficial da Igreja Católica Romana), e que não permite re-casamento, e
o outro igualando-a à palavra zenut, que seria “concubinato” ou união ilícita,
matrimônio falso ou nulo. Neste caso seria permitido o casamento. Os exegetas
católicos optam por essa interpretação, pois estão certamente pressionados pela
possibilidade gramatical e exegética de Mateus 19.9 que permite o re-casamento
e, por isso, buscaram um sentido em que isso seria admissível doutrinariamente.
d) A versão da famosa Escola Bíblica de
Jerusalém optou por traduzir “pornéia” - cremos pelo rigor científico
costumeiro dos modernos tradutores — por “fornicação” ou “relações sexuais
ilícitas”, que parecem mais próximas do grego. As anotações ao pé da pagina
mostram o natural esforço por harmonizar o tratamento honesto do texto original
com a doutrina da Igreja Católica Romana. Um verdadeiro malabarismo exegético,
recusando a hipótese do “concubinato”. Por essa exceção própria a Mateus, Jesus
não permite o divórcio (com re-casamento) em caso de adultério . Parece que o
texto de Mateus indica que, em caso de infidelidade, há a necessidade de uma
solução especial que ele, inclusive, não indica. Essa solução, invisível
enquanto o divórcio era permitido, desenvolver-se-á na igreja sob a forma de
uma “separação” dos esposos sem “re-casamento” .
É impressionante verificar que, havendo
restaurado um texto mais fiel ao original grego, passem em seguida a desdizer o
texto, inclusive negando que Jesus tivesse autorizado o divórcio. É preciso
relembrar que os exegetas católicos dominicanos estão também sob a pressão da
doutrina católica do celibato. Creio que forçam o texto em direção à sua
posição ao entenderem que, para o cristão, o estado de casado é inferior ao
estado de solteiro, dizendo no comentário sobre o v. 12 dessa passagem que
“Jesus convida ao celibato perpétuo aqueles que desejam consagrar-se
exclusivamente para o Reino de Deus”.
e) A moderna versão ecumênica
católico-protestante em língua japonesa a “Kyodôyaku” traduz “pornéia” por
“fuhoo na kekkon” = casamento ilegal o que os aproxima da versão do Centro
Bíblico, com a diferença de que não tem a cláusula final, como todas as versões
japonesas examinadas.
Resumo
da análise de Mateus 19.9
Eu porém vos digo: quem repudiar a sua mulher
1 Não sendo por causa de relações sexuais
ilícitas
E casar com outra comete adultério
2 e o que casar com a repudiada comete
adultério.
2 = cláusula final contestada
Grego Português Inglês Japonês Católicas
2 Está em ARA KJ APF
AC CBC
2 Eliminada em GNT LH RSV B, Ko BJF
PI BV NEB S, G BJE
NVI NIV Kyo
Reconhecemos uma tendência geral de que nesse trabalho de crítica textual mais
rigorosa, a cláusula final está saindo das versões. Entretanto, gostaríamos de
anotar um aspecto significativo sobre essa cláusula.
“e o que casar com a repudiada comete
adultério.” (Mateus 19.9)
A presença de uma cláusula de Mateus em alguns
manuscritos antigos, e sua ausência em outros, não teria o efeito de produzir
em nós desconfiança no texto desse Evangelho? Especialmente a pessoas como nós
que não temos o hábito de praticar crítica textual, nem conhecemos bem as
tecnicalidades de seu procedimento? Como podem pessoas comuns e correntes terem
confiança no texto desse Evangelho, depois de saber que uma cláusula sua está
sendo contestada?
Confiabilidade
de Mateus
A presença da cláusula em questão não
acarretaria contradição nenhuma com a palavra dos Evangelhos, pois essa
cláusula existe com as mesmas palavras em Mateus 5.32.
“e o que casar com a repudiada comete adultério”
A mesma idéia aparece com palavras ligeiramente
diferentes em Lucas:
“e aquele que casa com a mulher repudiada pelo
marido, também comete adultério.” (Lucas 16.18)
Isso significa que a eventual permanência da
expressão dentro do versículo de Mateus 19.9 não acarretaria contradição
nenhuma em relação ao texto de Mateus em seus manuscritos mais antigos, ou nas
versões mais recentes, mas acrescenta pontos em sua confiabilidade. Essa
compreensão acrescenta confiabilidade mais madura também em relação aos
críticos de texto e aos tradutores.
1 Cláusula de exceção
Grego Português Inglês Japonês Católicas
A cláusula de exceção está presente em
Todas Todas Todas Todas Todas
Cremos que todos os que são contra o divórcio
gostariam de eliminar essa cláusula de exceção, se fosse possível, mas ninguém,
seja católico ou protestante, conseguiu fazê-lo. Não podendo eliminar, partiram
para diversos tipos de tradução como vimos. Algumas traduções extremamente
forçadas, para poder avançar as doutrinas, ou os costumes adquiridos.
O fato de que ninguém pode eliminar essa
cláusula reforça os pontos de confiabilidade de Mateus e, particularmente, a
confiabilidade de Mateus 19.9. Quanto maior a confiabilidade de Mateus em geral
e de Mateus l9.9 ou, mais exatamente, a confiabilidade da cláusula de Mateus
19.9, maior a tensão com os textos paralelos de Marcos 10.11 e 12 e de Lucas
16.18, os quais não têm cláusula de exceção.
Quem repudiar sua mulher e casar com outra
comete adultério, e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido, também
comete adultério. Repetindo e resumindo: A confiabilidade de Mateus ficou
estabelecida pelo exame dos textos e das traduções e, especialmente, de Mateus
19.9, tanto pela observação de clausula final contestada, quanto pelo exame de
cláusula de exceção. Quanto mais se estabelece a confiabilidade desse texto,
mais aumenta a sua tensão com os textos paralelos de Marcos e de Lucas.
Mateus19.9 Aumento de Marcos 10.11, 12
CONFIABILIDADE Tensão Lucas 16.18
Apresentaremos agora um resumo das variações de
tradução da palavra “pornéia”
Em seguida, nos concentraremos em compreender
essa tensão, e relação paradoxal. Estudaremos o contexto imediato de Mateus
19.9, em Mateus 19.1-12 e em 1Coríntios 7.15.
Pornéia
Resumo da variação de sua tradução
Português Inglês Japonês Católicas
Relações sexuais ilícitas ARA B Imoralidade
sexual NVI Ko
Fornicação KJ BJF, BJE, APF
Falta de castidade NEB (CO)
RSV
Infidelidade BV G,S
Infidelidade NIV
Matrimonial
Adultério LH APF *
Prostituição AC
Matrimônio falso CPC
Matrimônio ilegal Kvo
É realmente impressionante a quantidade de
versões variantes que essa palavra tem apenas nas Bíblias evangélicas em
Português. Sendo que nenhuma versão repetiu a outra. Entre as que examinamos,
as Bíblias japonesas coincidiram com três das nossas versões. Nas católicas, a
de Figueiredo traduziu “pornéia” por “adultério” em 19.9, mas em 5.32 por
“fornicação”. Por que tantas traduções e graus de implicação jurídica,
social e moral diferentes?
Primeiro: o divórcio e re-casamento são assuntos
muito delicados e há sempre, no mínimo, dois lados da questão. Há, por isso,
uma grande gama de interpretação e práticas.
Segundo: gramaticalmente as palavras sempre têm
uma certa elasticidade e comportam mais de um significado. Por exemplo, o
uso normal de “pornéia” significar algo mais geral, como “relações sexuais
ilícitas”, ou “fornicação”, e “pornôs” (1Cor 5.9) pode significar um homem
sexualmente imoral; o seu feminino (porné), significa uma mulher que pratica
imoralidade sexual por profissão, logo, prostituta (Mt 21.31).
Terceiro: para que haja várias traduções,
torna-se necessário adaptar o que foi falado no meio judaico no primeiro século
para o contexto do século 20 ou 21. As bíblias Almeida, King James, Figueiredo,
a Bungo-yaku, e a Bíblia de Jerusalém mantiveram essa expressão sendo mais fiel
ao original (apoluse). No diálogo de Jesus com os fariseus a questão do repúdio
à mulher está sendo tratada à luz de Deuteronômio 24.1. Existe, para o gosto
democrático do nosso tempo, muito machismo nessa prática. A maioria dos
tradutores está abandonando a palavra “repudiar” para usar a palavra
“divórcio”, instituição que regula tanto os direitos da mulher como os do homem
e dos filhos, o que forma todo o corpo jurídico vigente em nossas respectivas
sociedades.
As quatros primeiras traduções parecem se
aproximar mais do sentido gramatical do original. As duas seguintes
“infidelidade” e “infidelidade matrimonial”, seriam quase a mesma coisa, mas
tratam de traduções interpretativas mantendo o homem como o ponto de referência
no casamento. Tal é provavelmente o sentido no original. Em português, temos a
vantagem de nos referirmos tanto à infidelidade feminina, quanto à masculina,
portanto também o sujeito do divórcio pode ser tanto o homem, quanto à mulher.
Quanto ao sentido de “matrimônio falso e ilegal”, somente versões católicas
adotaram essa tradução. Cremos que existe uma clara gradação: à medida que se
desce a coluna, mais interpretativas vão se tomando as traduções.
Tensão
entre Mateus 19.9 e textos paralelos
Como conciliar essas duas declarações?
Eu lhes digo que todo aquele que se Grande Todo
aquele que se divorciar de sua esposa exceto por sua esposa e se casar com
imoralidade sexual e se casar com outra mulher estará cometendo Tensão
adultério contra ela. (Mc 10.11 adultério. (Mt 19.9) e Lc 16.18)
Já vimos mais acima que não se trata de erro de
impressão ou de preferência de algum copista. Os textos estão exatamente como
os vemos, com toda a contradição que podem trazer.
Gostaríamos de sugerir inicialmente que há uma
tensão entre o Padrão Perfeito de Deus e a Orientação ou Regulamentação
Pastoral.
Regulamentação Pastoral Padrão Perfeito de Deus
exceto por imoralidade sexual Tensão sem exceção nenhuma - adultério -
Mateus Marcos e Lucas.
Se isso for verdade, nenhum dos dois pares
pode/deve ser reduzido. Cada um dos elementos da contradição, ou tensão, são
essenciais. Não se deve tentar relativizar a ordem de Deus. Também não se deve
jogar fora o texto de Mateus. Entendemos que a exegese correta nesse caso é
manter plenamente cada um dos pólos. O Padrão Perfeito de Deus jamais deve ser
relativizado, mas trabalhando com seres humanos imperfeitos e pecadores, temos
de encontrar caminhos para avançar. Ao procurar esse caminho, é preciso sempre
ter em mente a boa, perfeita e agradável vontade de Deus e vivermos tendo como
referência esse padrão.
Regulamentação Pastoral Padrão Perfeito de Deus
Vê-se em outras palavras de Mateus um perfeito
paralelismo da tensão entre dois pólos.
Se o teu irmão pecar contra você, vai e a
sós com ele mostra-lhe o seu erro. Se ele o ouvir, você ganhou o seu irmão.
Sejam perfeitos como
Mas se ele não o ouvir, leve consigo TENSÃO
perfeito é o Pai Celeste mais um ou dois outros, de modo que tial de
vocês qualquer questão seja decidida pelo (Mt 5.48) depoimento de
duas ou três testemunhas. Se ele se recusar a (...) (Mt 18.l5ss)
O padrão perfeito de Deus está claramente
expresso à direita, mas à esquerda está o que acontece no convívio com meu
irmão cristão que, como eu, é de carne e osso, comete erros e pecados. Há uma
orientação pastoral; mostra-se como atuar. Não se trata de jogar o Padrão
Perfeito de Deus em seu rosto e castigá-lo com julgamento, rejeição e condenação.
Antes,é preciso fazer um esforço de procurá-lo, conversar e, se necessário,
mais de uma vez. Num outro momento, Jesus disse que devemos perdoar nossos
irmãos setenta vezes sete vezes.
No texto de Mateus 18 não se menospreza o padrão
divino de perfeição em se tratando de seres humanos. Se seu irmão rejeitar a
terceira tentativa de restauração feita conforme o ensino de Jesus, você pode
considerar que ele não é seu irmão na fé. Uma pessoa que rejeita os ensinos de
Jesus, o conselho da igreja deve ser considerada pagã ou publicana, deixando de
ser irmão segundo a palavra do Senhor.
Se desprezo o Padrão Perfeito de Deus, por ser
perfeito demais e por sermos pecadores e falhos, então não vou estar buscando a
perfeição Não estarei buscando a santificação. “Sejam perfeitos como é perfeito
o Pai Celestial de vocês” é uma palavra que devemos considerar para não nos
conformarmos com esse mundo e com o pecado. Devemos aprender a amar e a servir
a um Deus que é perfeito. Devemos buscar continuamente a santificação, um
padrão melhor de ética e de conduta.
O contexto imediato de
Mateus 19.9 e 19.3-12
3 Vieram alguns fariseus, e o experimentavam,
perguntando: É licito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
4 Então respondeu ele: Não tendes lido que o
Criador desde o princípio os fez homem e mulher?
5 e que disse: Por esta causa deixará o homem
pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são dois, porém uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separa o homem.
7 Replicaram-lhe: Porque mandou então Moisés dar
carta de divórcio e repudiar. (Veja um exemplar dessa carta de divórcio)
8 Respondeu-lhe Jesus: Por causa da dureza do
vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres:, entretanto,
não foi assim desde o princípio.
9 Eu porém vos digo: Quem repudiar sua mulher,
não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete
adultério [e o que se casar com a repudiada comete adultério].
10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a
condição do homem relativamente a sua mulher, não convém casar.
11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são
aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado.
12 Porque há eunucos de nascença; há outros a
quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos,
por causa do reino dos céus. Quem é apto para admitir, admita.
Chamamos a atenção para o fato de que nesse
contexto de Mateus 19.9, na discussão com os fariseus, Jesus mostra que, no
princípio, a regra não era a separação ou o divórcio. O que Deus ajuntou não
deve o homem separar. Entretanto, por causa da dureza dos corações, Moisés
permitiu que houvesse separações. A pergunta dos fariseus “pode o homem
repudiar sua mulher por qualquer motivo9”, foi o baixíssimo nível em que caiu o
casamento, por causa da interpretação machista de Deuteronômio 24.1. Segundo
esse preceito o homem podia repudiar a esposa se ela não fosse agradável aos
seus olhos, por ter achado nela “algo indecente”. Jesus procura mostrar o que
existia desde o princípio: o padrão de Deus para o casamento e a prática do
divórcio que Moisés procurava moderar e regular, para proteger a mulher. O
divórcio não é uma ordem de Deus, nem uma solução que o agrade. Aqui vemos
repetir-se o modelo, o padrão de Deus e a orientação pastoral.
13
Prática
Pastoral Padrão de Deus
Moisés vos permitiu repudiar
vossas mulheres por causa da dureza do vosso coração. O que Deus ajuntou
não o separe o homem.
Jesus não se mostra contra a permissão outorgada
por Moisés. Parece a favor dela, mas ele reformula a cláusula de exceção na
frase que começa com “Eu porém vos digo”, em Mateus19.9, tornando muito mais
imperativa a manutenção do casamento. Ele estreitou a cláusula de exceção que
estava indefinida, fato que a tornava por demais inclusiva.
Em outras palavras, a cláusula de exceção,
introduzida pela expressão “eu porém vos digo” vem responder à expectativa
criada pela indagação dos fariseus, “É lícito para o homem repudiar a sua
mulher por qualquer motivo?”, e está logicamente ligada ao contexto desse
diálogo. Sua ausência criaria um vazio lógico e semântico dentro dessa
construção.
Verificamos que o modelo de afirmações
contrastantes e até contraditórias, cuja conflitividade e tensão não devem ser
diminuídas via malabarismos exegéticos que forcem a Palavra de Deus,
encontradas no confronto de Mateus 19.9, de Marcos 10.1, 12 e Lucas 16. 18,
repete-se no contexto imediato de Mateus 19.3-12.
Afirmamos nossa fé de que Jesus não está em
posição de confronto ou negação em relação ao preceito de Moisés. Aqui também
vale a sua palavra de Mateus 5.17: “Não penseis que vim revogar a lei ou os
profetas: não vim para revogar, vim para cumprir”. Entendemos que Jesus, ao
estreitar a cláusula de exceção, está, na verdade, reinterpretando melhor a
intenção de Moisés. Moisés não inventou nem introduziu a separação ou o
divórcio de casais. O seu preceito tinha um sentido moderador em relação aos
costumes da época e procurava proteger o casamento e a família, diminuir os
repúdios e proteger a mulher repudiada no caso de um divorcio.
Mateus Marcos e Lucas
Permite o divórcio e não proíbe Não permitem o
divórcio nem O recasamento em caso de o re-casamento sob
hipótese fornicação. alguma.
Se alguém argumentasse que são dois evangelistas
contra um e que o ensino na passagem de Marcos foi feito para os discípulos em
particular, poderíamos responder que Mateus tem duas citações do mesmo teor;
uma em Mateus 5.32. no contexto do Sermão da Montanha, ou seja, um discurso
para os discípulos, e outro em Mateus 19.9, no contexto da discussão com os
fariseus.
Caberia ainda lembrar que Mateus foi chamado
pessoalmente por Jesus e com ele esteve pelo menos 3 anos ouvindo, vendo e
aprendendo.
Ao considerar o fato que Jesus via seu ministério
não como contradição ou revogação da Lei de Moisés, mas como o seu cumprimento,
podemos entender que Jesus está permitindo o re-casamento, no caso excepcional
em que permite o divórcio . Pelo teor da carta que veremos mais abaixo, podemos
depreender que permissão de divórcio, mesmo que excepcionalmente, implica
permissão de re-casamento.
Estudo
da posição de Paulo
O tema do casamento, celibato e divórcio estão
concentrados em 1 Cor 7. Desde o primeiro verso até o final, em quarenta
versículos, ele discorre sobre esses temas em resposta às indagações dos
cristãos de Corinto. Há naturalmente as clássicas passagens de Efésios 5, e em
alguns outros lugares. Em 1 Cor 7, especialmente, se concentra muito do ensino
de Paulo sobre o casamento, mas achamos dificuldade em trabalhar esta passagem
pelas seguintes razões:
a) A passagem começa e termina com uma apologia
ao celibato. Com exceção desses dois versículos inicial e final, ainda há
muitos outros, todos com referência à desejabilidade de estar solteiro. São, no
total, onze versículos, que transmitem o desejo de estar solteiro, ou viúvo,
mais do que do estar casado. Para falar a verdade ainda não temos trabalhado
adequadamente o tema do celibato (os católicos e o movimento monástico parecem
haver encampado a temática).
b) O casamento é considerado como um mal menor
em alguns casos (v.2, 9) e não é melhor que ao estado de solteiro (v.38). Ser
cristão e casado é ser mais mundano, é ter o coração dividido (v.33, 34). Não
chega a ser pecado casar-se (v.28, 36), mas se puder evitar, melhor. Ora, isso
não parece fazer justiça à doutrina evangélica do casamento.
c) Por três ou quatro vezes nesta passagem Paulo
diz que está expondo a sua opinião e não necessariamente do Senhor (v.12, 17,
25 e 40). Nos versículos 25 e 40, ao mesmo tempo em que afirma ser sua a
opinião, acrescenta observações solicitando algum reconhecimento não só dele,
mas também de Deus. Uma vez afirma que o mandamento é claramente da parte do
Senhor e não dele mesmo (v.10) Qual o peso relativo de cada uma dessas
passagens?
d) Uma visão mais positiva da vida conjugal
aparecerá em Colossenses 3.12ss e 18; sobretudo em Efésios 5.15-33 (cf 1 Pe
3.1-7). Todas essas passagens, incluindo a de Pedro, foram escritas (62 d.C em
diante) 6, 7 ou 8 anos após 1 Coríntios (55, 56 ou 57 d.C). Seria correto supor
que,a partir de uma visão um tanto quanto restritiva sobre o matrimônio do
cristão, Paulo teria evoluído para uma visão mais matizada, e mais rica? Seria
essa a razão de Paulo pedir aos líderes cristãos que fossem pessoas casadas (1
Tm 3.2-5; Tt 1 5-8, ambas as epístolas, presumivelmente, de 65 d.C) e não
recomendar as pessoas solteiras à liderança cristã nessas cartas, ao contrário
de 1 Coríntios 7?
Essas declarações sobre o texto nos ajudam
usá-lo com cuidado e temperança, levando em conta esses matizes, a fim de
alcançar um entendimento mais próximo da verdadeira prática pastoral do grande
apóstolo.
1 Coríntios 7.10, 11 e 15
Versículos cruciais de 1 Coríntios 7 para o que
estamos estudando são os acima indicados
1 Ora, aos casados, ordeno não eu, mas o Senhor
que a mulher não se separe do marido; (Se, porém vier a separar-se, que não se
case, ou que se reconcilie com seu marido) e que o marido não se aparte de sua
mulher” (1 Cor 11 e 12)
“ Mas se o descrente quiser apartar-se que se
aparte; em tais casos não fica sujeito à
servidão, nem o irmão nem a irmã; Deus vos tem
chamado a paz. 1 Cor. 7.15
Gostaríamos de indicar que o primeiro texto se
refere mais ao padrão divino para o casamento e nisso há perfeita concordância
com as palavras anteriormente citadas de Jesus, como “quem divorciar e casar
com outra comete adultério” e “o que Deus ajuntou, não separe o homem”.
No segundo há uma referência ao casamento misto
entre uma pessoa crente com outra descrente, sendo que a parte crente não deve
tomar iniciativa de separação. Mas, se a parte descrente deseja separar-se,
deixe que o faça. Em tais casos não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a
irmã. Essa palavra é uma aplicação pastoral para o caso específico de
casamentos mistos. Paulo sente-se autorizado a fazer essa aplicação pastoral;
distinção não feita por Jesus na questão de casamentos mistos. Existe também
uma atitude especial de Paulo com respeito aos coríntios. A chave para entender
essa atitude pastoral de Paulo está em, pelo menos, dois fatores:
a) Paulo é imitador de Cristo em ser o bom
pastor que dá a sua vida pelas ovelhas. Ele tem dado a vida, e arriscado a vida
em favor dos Coríntios.
b) Ele é intercessor incansável em favor dos
coríntios e está pronto para assumir diante de Deus as conseqüências do seu
ensino.
Lembremos de sua atitude com relação aos judeus:
“tenho grande tristeza e constante angústia em meu coração. Pois eu até
desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de
minha raça, o povo de Israel” (Rm. 9 1- 4). Cremos haver uma grande diferença
entre um apóstolo-teólogo como Paulo e um simples professor de teologia ou um
teólogo que viva de fazer e ensinar teologia hoje .
O que estamos tentando dizer é: só porque Paulo
sentiu-se autorizado a fazer as aplicações pastorais que fez, não se segue que
qualquer um de nós, pastores de hoje, possamos fazer a nosso critério pessoal
as adaptações ou aplicações conforme queiramos.
Mas é verdade que podemos ser seus imitadores,
como ele o era de Cristo e, em parte, existe necessidade de aplicações
pastorais personalizadas. Assim, nessa hora devemos imitar o apóstolo dos
gentios, no sentido de assumir inteiramente a responsabilidade daquilo que
possa advir do nosso aconselhamento pastoral. Devemos fazer as aplicações em
consonância com Cristo, com a leitura de Cristo feita pelos apóstolos e também
com os apóstolos.
Se não estivermos prontos a entregar as nossas
vidas em favor das ovelhas, precisamos, então, ter cuidado com os conselhos que
possamos dar. Agora podemos esquematizar a palavra de Paulo em 1 Cor 7. 10 e 15
para indicar o paralelismo que viemos apresentando
Casamentos Mistos
Padrão Divino para o Casamento
“Se a parte não crente consente em “Aos casados
ordeno, não eu morar junto com o cristão, não se o Senhor, que a mulher
não se aparte” 7. 12-15 GRANDE separe do marido...
“Mas se a parte não-crente quiser e que o marido
não se separe de apartar-se, que se aparte. Em tais sua mulher” 7.10
Entendemos que a expressão “não fica em
servidão”, significa que o vínculo matrimonial pode ser desfeito e isso inclui
o direito/permissão de re-casamento. Nesse mesmo capítulo, no versículo 39, a
palavra “livre” é usada para indicar direito ou permissão de re-casamento.
A seguir listamos algumas conclusões a que este
estudo nos permitiu chegar e depois algumas sugestões pastorais.
Conclusões
1) Focalizamos o nosso estudo exegético em
Mateus 19.9, por percebê-la como a passagem “pivô” das discussões sobre
casamento e divórcio. Nosso estudo permitiu verificar que, apesar de ter uma
cláusula contestada, em vias de cair das versões contemporâneas, isso não
diminui em nada a credibilidade do versículo todo.
2) Quanto à cláusula de exceção, é mantida
universalmente como algo fidedigno. Apesar de ser a parte mais controvertida no
aspecto teológico e pastoral, ela se mostrou consistente e textualmente
fidedigna. As cláusulas “exceto por imoralidade sexual” ou “não sendo por causa
de relações sexuais ilícitas”, se mantêm, isto é, cremos que essa frase provém
de Jesus e do apóstolo Mateus. Portanto, Jesus admitiu a hipótese da permissão
de um divórcio permitido.
3) Quanto maior a confiabilidade da cláusula de
exceção, maior se torna o conflito e tensão com os seus textos paralelos em
Marcos 10, 11, 12 e Lucas 16.18. A tentativa de redução da tensão por meio de
exegeses ou hermenêuticas tende a diminuir a veracidade de um dos pólos da
contradição, não fazendo justiça ao Padrão Perfeito de Deus e também não
servindo de ajuda pastoral às pessoas.
4) Temos de entender e aceitar a grande tensão
entre a vontade de Deus para o casamento e as situações criadas pelo pecado
humano dentro do casamento, o que leva, às vezes, à quebra. Como enfrentar as
situações e os dramas familiares e como ajudar as pessoas que vêm buscando
auxílio e esperança no Evangelho? Essa é a preocupação que nos move neste
estudo. Será que Jesus proíbe o re-casamento de pessoas divorciadas? Ao dizer
que quem se casa depois de repudiar sua esposa comete adultério (Marcos e Lucas),
Jesus está dizendo que o re-casamento em geral é pecado.
5) A passagem de Mateus também afirma que a
pessoa que volta a se casar comete adultério, exceto se as causas do divórcio
forem “relações sexuais ilícitas”. Entendemos que Jesus está aceitando essa
exceção, permitindo o divórcio e, portanto, o re-casamento. Jesus não está
censurando Moisés por ele ter concedido a possibilidade de divórcio por causa
da dureza dos corações. Parece que podemos, antes, censurar os fariseus por não
entenderem esse espírito, tomando o repúdio como uma ordem, uma grande solução,
ou, pior, considerando-os cínicos por livrarem-se da esposa de quem se
cansaram, naturalmente por culpa dela, a culpa moral da separação recairia
sobre Moisés que a teria ordenado. Jesus concorda com Moisés quanto à dureza
dos corações e quanto ao pecado, além de manifestar o mesmo desejo de ajudar.
Sua ajuda, entretanto, não consiste em liberalizar ainda mais o divórcio, mas,
sim, em re-interpretar Moisés e refinar o seu preceito à luz do que era “desde
o princípio”. Na cláusula de exceção, Jesus só aceita um motivo para o
divórcio. Seria impensável, por outro lado, que Jesus condenasse a mera
separação como um adultério. É evidente que o que está em jogo nessa cláusula
de exceção é o re-casamento.
6) Jesus está contra ou a favor de Moisés? Essa
é uma questão importante que vai influir em nossa leitura. É verdade que Jesus
pediu aos discípulos que buscassem uma justiça melhor que a dos fariseus. Se
Jesus rejeitou o farisaísmo, o legalismo e a justiça de aparências exteriores,
por ouro lado ele era um fiel e leal filho de Israel, um guardador da Palavra.
“Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu porém vos digo:
qualquer que olhar pra uma mulher com intenção ...”. Nesse ensino, o “eu porém
vos digo” em nenhum momento está negando o “ não adulterarás” dos Dez
Mandamentos de Moisés. Pelo contrário, o está reforçando e reinterpretando com
maior rigor. Esse relacionamento de fidelidade para com a Lei e os Profetas e,
ao mesmo tempo, a capacidade de interpretar melhor que os mestres e os doutores
da lei, surpreendeu os líderes israelitas de seu tempo. produzindo perplexidade
e desconcerto entre eles.
7) Como Jesus mesmo disse, “não penseis que vim
revogar a lei ou os profetas. Não vim para revogar, vim para cumprir”. Jesus
está manifestando fundamentalmente aprovação e harmonia em relação a Moisés. Só
que Jesus preencheu o que antes ficara indefinido em Deuteronômio 24.1, “alguma
cousa indecente”, deixando espaço para todo tipo de interpretação e práticas,
ao sabor do egocentrismo dos homens, no caso de se repudiar a mulher. Jesus
permite o divórcio num único caso excepcional. Essa harmonia fundamental em
Moisés nos leva a considerá-la como um elemento corroborativo para a permissão
de um re-casamento de pessoas que foram divorciadas por causa justa. Essa
permissão é, como em Jesus, por causa da dureza dos corações, não uma licença
alegre e universal. Na verdade, é uma licença restrita e triste.
8) A multiplicidade de formas de tradução da
palavra pornéia indica os esforços dos biblicistas e exegetas em encontrar uma
interpretação satisfatória para toda essa questão. Entendemos serem melhores as
traduções que tomam a palavra pornéia em seu uso comum, sem muitas
interpretações.
9) Buscar conhecer melhor a patrística pode ser
um movimento saudável, porque os primeiros séculos da igreja cristã viram
surgir verdadeiros gigantes espirituais e homens de Deus extraordinários. Basta
pensar no Credo de Nicéia (325) e o Credo de Calcedônia (451) em que Deus permitiu
que a Igreja, respondendo a heresias, definisse com maior clareza em que ela
crê com respeito a Deus e a pessoa de Cristo, a fim de que percebesse que o
período patrístico foi muito fecundo, com grandes desafios dentro e fora da
Igreja, fazendo surgir homens de Deus corajosos e bons pensadores, pastores e
teólogos talhados para enfrentar, com o Evangelho de Cristo no coração e na
boca, as demandas difíceis do momento. Nós, evangélicos, muitas vezes vivemos
distanciados dos pais apostólicos. Muitas de suas lutas e conquistas são também
nossas lutas e conquistas. Quando pensamos em Atanásio, Irineu, Eusébio,
Gregório, Agostinho e muitos outros pais e mártires, verificamos que no período
após o Novo Testamento Deus não deixou a Igreja sem testemunhas. Importantes
marcos sobre a pessoa de Cristo e a natureza de Deus foram estabelecidos para
sempre.
10) Da mesma forma, os grandes reformadores
foram homens de Deus que responderam de modo maravilhoso aos desafios de uma
Igreja-Império (um império mundano em processo de mundanizar a Igreja com luzes
e privilégios do poder) com a releitura das Escrituras e a redescoberta da obra
única e suficiente do Senhor Jesus na cruz. Suas lutas e conquistas são,
também, nossas lutas e conquistas e, sem dúvida nenhuma, somos herdeiros da
reforma. Se em algum ponto da doutrina ou da prática encontramos uma luz
melhor, nada impede que o reformulemos à luz da Palavra de Deus. Mas, na
essência, em sua luta de fé, eles encontraram vitórias por todos nós,
arriscando as suas vidas.
Portanto, não parece adequado o nome de
“erasmiano” atribuído a todos os que no séc XVI ou depois procuraram tomar a
sério Mateus 19.9. Erasmo foi humanista, uma figura marginal nos grandes
embates da Reforma Protestante. Ele foi um filósofo liberal que, começando em
uma posição cristã, foi caminhando para o liberalismo e depois caiu em heresia
e está longe da ortodoxia bíblica. Esse é um epíteto depreciativo que não faz
justiça aos homens de Deus de todos os séculos e ainda aos contemporâneos que
queiram tomar como do Senhor a cláusula de exceção de Mateus.
Tanto a posição dos esponsais quanto a do
casamento consanguíneo são idéias defendidas principalmente por teólogos
católicos. Para uma discussão mais pormenorizada, em termos de exegese,
recomendamos o trabalho de Carson, que examina sete posições citando urna
porção de pesquisas recentes de outros autores evangélicos, apresentando as
dificuldades e as virtudes de cada uma delas.
11) A leitura do contexto imediato de Mateus
19.9 mostra que a cláusula de exceção é uma resposta perfeitamente adequada e
ligada logicamente ao contexto da discussão e, em particular, à expectativa
criada pela pergunta dos fariseus. Isso reforça idéia de que essa cláusula não
é uma colagem posterior ao texto, mas algo presente desde a composição dele.
12) O estudo do contexto de Mat 19.9 mostra, no
diálogo entre Jesus e os fariseus, a existência de um padrão instituído por
Deus, “o que Deus ajuntou não separe o homem” (v. 6), e a regulamentação
pastoral de Moisés como verdade e afirmaçãos em conflitividade e tensão,
exatamente como no encontro de Mateus 19.9 e os textos de Marcos e Lucas. Esse
paralelismo, entendemos, reforça a tese de que os pólos de contraste não devem
ser reduzidos textual, semântica nem exegeticamente. Eles devem ser mantidos
tais quais estão, porque essa tensão verdadeira tem conseqüências pastorais
importantes.
13) Examinamos o texto de Paulo em 1 Cor 7 e,
mais detidamente, os versículos10 e 15 e procuramos caracterizar as suas
dificuldades inerentes. Apesar de difícil, pudemos também encontrar o modelo, o
padrão de Deus para o casamento e a regulamentação pastoral, dessa vez em caso
de casamentos mistos entre pessoas crentes e não crentes. Como Paulo repete
esse modelo, encontramos corroboração para que tomemos Mateus 19.9 a sério em
nossa compreensão dessa matéria no campo exegética e pastoral.
14) Na proibição de separação e de re-casamento
nos versículos 10 e 11 consta o padrão absoluto de Deus, constituindo-se
paralelo perfeito com Marcos 10.1 e 12 e Lucas 16.18. Nos versículos 10 e 11,
quando se pede que o crente não tome iniciativa de separação, e no versículo
15, quando se permite a separação e o divórcio no caso de a parte não crente
desejar separar-se, há uma regulamentação pastoral que Paulo sentiu-se autorizado
a fazer.
15) Essa questão não tem recebido muita
elaboração de autores evangélicos. O prof Y Matsuki, no seu comentário sobre 1
Coríntios faz uma leitura muito cuidadosa, especificando que a separação ou
divórcio não deve ser automática, caso a parte não-crente peça. Enfatizando a
expressão “Deus vos chamou para a paz”, quando descobrirem que não é possível
manter a fé de maneira nenhuma dentro desse casamento, quando houver perigo
para a integridade física, moral e espiritualmente e o cônjuge não-crente pedir
separação, então que se separem e se divorciem. Em todo o caso, nessa passagem
aparece uma segunda exceção por regulamentação pastoral. A Bíblia Vida Nova
anota “O princípio é conservar o casamento se for possível. Se o cônjuge não-
crente deixar o outro em reação ao Evangelho, o crente não tem culpa” e cita
passagens em Lucas 12:51ss; 14:26; 21, 16, em que, por causa do evangelho, há
conflito dentro da família e até perigo de morte.
16) Cremos ser bíblica a permissão do divórcio
em dois casos: a) no caso de relações sexuais ilícitas praticadas pelo cônjuge
(Mt 19.9) e b) no caso de casamento misto em que o cônjuge não- crente abandona
o crente (1 Cor 7.15). Mas não julgamos aceitável a sugestão do autor citado no
começo deste ensaio, segundo a qual a morte espiritual atestada pela Igreja
seria um terceiro motivo aprovado para divórcios. Nessa última categoria estão
os casos, por exemplo, de cônjuge que não sustenta a família, que maltrate
físicamente a mulher e os filhos, ou que esteja viciado em drogas, por exemplo.
Recomendações
Pastorais
A indissolubilidade dos laços conjugais deve ser
pregada e ensinada com ênfase. Noivos em preparação para o casamento devem
conhecer bem o padrão perfeito de Deus como meta a ser alcançada. O “sim” dos
noivos deve ter esse peso para que os abençoemos de coração.
O divórcio é, na ótica bíblica, uma tragédia.
Nunca é uma solução alegre e universal. É uma possibilidade restrita permitida
com tristeza, como exceção e, por isso, deve-se fazer sempre o máximo de empenho
para reconciliar e restaurar famílias. Devemos ensinar mesmo quando houver
adultério, que são necessárias paciência e oração pela restauração. O exemplo
de Oséias do A.T., que amou sua esposa adúltera, é paradigmático. Esse amor do
profeta pela esposa faltosa simboliza o amor de Deus pelo seu povo, muitas
vezes idólatra ou apóstata. Deus oferece uma salvação completa e perfeita para
o seu povo.
Quando ocorre o re-casamento, recomendamos
modéstia, comedimento e discrição próprios de alguém consciente da tragédia
sobre a qual está se realizando a nova união. Seria inapropriada uma
comemoração sem um simultâneo sentido de quebrantamento e contrição de alma
pela separação havida. Não se deve comemorá-lo como se fosse uma grande
solução.
Modelo
de uma Carta de Repúdio ou de Divórcio
(Estilo israelense, do tempo de Jesus)
No dia........da semana............do
mês.............., ano de...........desde o início da criação do mundo, de
acordo com o regulamento normal da Província de..................................... eu..........................,
filho de......................................., qualquer que seja o nome pelo
qual sou conhecido, da cidade de ......................................,
estando em pleno gozo das faculdades mentais, e sem compulsão, imposição de
espécie alguma, divorcio, dispenso e repudio a
você ..................................... filha de .................... ,
qualquer que seja o nome pelo qual você seja conhecida, da cidade
de....................................... , você, que foi minha esposa até
aqui.
Mas agora está repudiada, você
......................................... , filha
de............................., qualquer que seja o nome pela qual você é
chamada, da cidade de ................................... , para que esteja
livre e aos teus próprios cuidados, para que segundo a sua livre vontade
se case com quem lhe agradar, sem impedimento algum da parte de ninguém, de
hoje em diante e sempre. Você está livre, portanto, para qualquer pessoa que
queira se casar com você. Seja esta a sua carta de divórcio escrita por mim,
uma carta de separação e expulsão, de acordo com a lei de Moisés e Israel.
_____________________________
O marido
Testemunha............................... filho
de................................
Testemunha................................ filho
de................................
(Copiado de International Standard BibIe Encyclopaedia, “Divorce in OT’ in
caput “Bill of Divorcement” - vol. II. p. 864 trad. do inglês, K.
Yuasa).
Versões
originais e outras do novo testamento consultadas
A) Grego (Versões originais)
1.‘The Greek New Testament”, Edited by K. Aland,
M. Black, C. Martini, B. Metzger and A. Wikgren., United Bible Societies, New
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2.“Pocket Interlinear New Testament”, Edited
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(PINT)
B) Português
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3. Seisho -Sociedade Publicadora Bíblica -
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4.Seisho - Gendaiyaku Version Bible Publishing Society.
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versão dos Monges de Maredsous (Bélgica), pelo Centro Bíblico Católico, Ed. Ave
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3. La Sainte Bible, L’École Biblique de
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4. Bíblia de Jerusalém. Traduzida sob direção de
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chamada de Jerusalém (francês) da Escola Bíblica de Jerusalém, Desclée de
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5.Shinyakuseisho - The New Testament - Japanese
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Bibliografia
geral
Dicionários:
Greek English Lexicon of the New Testament,
Editors: Louw, Johannes P. and Nida, Eugene A. United Bible Societies, 19**.
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863-866 em International Standard Bible Ecyclopaedia - ISBE - General Editor
ORR, James, Eerdmans, Grand Rapids, Mich, 1984 (1939) - É particularmente bom
para os costumes judaicos e o contexto cultural de Mateus 19.3-12.
Dictionary of New
Testament Theology, 4 vol., verbetes “Divorce”, “Discipline”, etc. Editor
Brown, Colin, Regency, Grand Rapids, Mich., 1986 (1975) Traduzido do alemão
“Teologisches Begriefslexicon zum Neuen Testament, Theologisher Verlag,
Wuppertal, 1971. É particularmente bom para o recenseamento dos
usos e costumes relativos à palavra pornéia no contexto grego. (contexto de
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Comentários:
Carson, D. A., “Matthew”, em Expositor’ s Bible
Commentary, General Editor Gaebelin, Frank E., Zondervan Co., Grand Rapids,
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Champlin, Russel N., “N. Testamento
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Mare, W. Harold, “1 Corinthians” em Expositor’s
Bible Commentary, 10 Vol. General Editor, Zondervan Co. Grand Rapids, Mich.,
1976.
Matsuki, Yuzo “Corinto Dai Iti no Tegami”,
Depto. Publicações da Igreja Holiness do Japão, Tokyo, 1989: Recenceia as
várias possibilidades de interpretar 1 Cor. 7.15, e é muitíssimo cuidadoso em
suas afirmações. O autor, falecido, foi presidente da Igreja Holiness do Japão.
Ensaios:
Hill, Craig, “Casamento: Contrato ou Aliança?”,
Marriage Ministries International, Pompéia, SP, 1992.
Evans, Tony “Divórcio e Novo Casamento”, Ed.
Vida, São Paulo, SP, 1997. (1995, Moody, Chicago, III).
Bibliografia
católico-romana
Código de Direito Canônico, Promulgado por João
Paulo II, Papa, Edições Loyola, S. Paulo, 1983 - Tratamento global da matéria.
Para ilustrar o que é um tratamento global no estilo do direito canônico
católico, transcrevemos os nomes dos títulos, capítulos e artigos sobre o
Matrimônio:
Do Matrimônio: Can.1055-1062.
Do Cuidado Pastoral e do que deve preceder a
Celebração: Can.1063-1072.
Dos Impedimentos Dirimentes em Geral:
Can.1073-1082.
Dos Impedimentos Dirimentes em Especial:
Can.1083-1094.
Do Consentimento Matrimonial: Can.1095-1107.
Da Forma de Celebração do Matrimônio:
Can.1108-1123.
Dos Matrimônios Mistos: Can.1124-1129.
Da Celebração Secreta do Matrimônio:
Can.1130-1133.
Dos Efeitos do Matrimônio: Can.1134-1140.
Da Separação dos Cônjuges: Can.1141-1150.
Da Separação com Permanência do Vínculo:
Can.1151-1155.
Da Convalidação do Matrimônio: Can.
Da Convalidação Simples: Can.1156-1160.
Da Sanatio in Radice do Matrimônio:
Can.1161-1165.
Dicionário da Bíblia, Castro Pinto, J. A. L., de
1967, editado junto à Bíblia Sagrada, Ed. Ecumênica, Trad. A. P. Figueiredo,
Barsa, 1972 - verbete “Divórcio” pp. 42 e 43
Índice Doutrinal: verbete “Divórcio”, na Bíblia
Sagrada, do Centro Bíblico Católico, São Paulo, 1982, p.1.581 e 2.
FONTE:
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