O FOLCLORE BRASILEIRO
INTRODUÇÃO
A formação Artística divide-se em duas correntes a Erudita: de Caráter acadêmico, são as Artes Plásticas Propriamente ditas: Pintura, Escultura, Arquitetura, Teatro , Musica e Dança . E manifestações que expressão elementos artísticos sem influência acadêmica, são tradições culturais transmitidas na grande maioria das vezes de forma oral , é o Popular: manifestações folclóricas como: Danças, Musicas, Religião, Festas, Brincadeiras infantis , Típicas, superstições, lendas, mitos dentre outras.
O QUE É FOLCLORE
O conjunto de manifestações de caráter popular de um povo, ou seja, é o conjunto de elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter de tradicional destas representações, sempre transmitidas de uma geração para outra através da prática (os pais ensinam aos filhos, que desde pequeninos já praticam).
A palavra folclore vem do inglês folk lore. Folk quer dizer povo e lore, estudo, conhecimento. Portanto, folclore é o estudo dos costumes e tradições de um povo. Esse termo foi criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms (1803-1885), pesquisador da cultura popular européia. Em 22 de agosto de 1846, ele publicou um artigo com o título "Folk-lore", na revista The Athenaeum, propondo a criação do termo. Com isso, o dia 22 de agosto tornou-se data de referência do surgimento do termo folclore, que gradativamente foi incorporada a todas as línguas dos povos considerados civilizados. William John Thoms utilizava o termo folk-lore para indicar o conjunto de antiguidades populares. O conceito dirigia-se principalmente aos objetos da arte popular, o artesanato. Mas em seu famoso artigo, Thoms citava também usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrãos e superstições dos tempos antigos.
O Dia do Folclore Brasileiro é 22 de agosto - Decreto no. 56747 de 17/08/1965.
O folclore varia bastante de um Pais para o outro, e até mesmo dentro de um Estado é bastante variável,pois as diferenças entre as regiões são muito grandes. No caso do Brasil o folclore foi resultado da união da Cultura a partir da miscigenação de três povos (Europeu, Africano, Ameríndio ). O que resultou é que em muitas regiões brasileiras o folclore é muito diferente, pois devido as influências de cada um destes povos formadores do Brasil, algumas regiões apresentam uma maior tendência a uma origem mais detalhada, por exemplo, no Nordeste, na zona Litorânea, a presença das influências indígenas, portuguesas e negras são quase igualadas, já mais para o Sertão a presença da Cultura negra não é muito marcante como no litoral .
O termo Folk-Lore foi empregado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846. Donde fica agosto consagrado ao Folclore. Folk-Lore, por ser formado de termos de duas línguas diferentes, leva a equívocos. Folk quer dizer povo; lore, o saber, o conhecimento, o costume. Pode-se afirmar: Folclore é o saber vulgar do povo. Não transmitido através de escolas e nem de livros e sim por imitação ou por força de tanto ver e ouvir.
Popular ou folclórico?
O folclore é popular, mas segundo grandes estudiosos do assunto – como Luís da Câmara Cascudo –, nem tudo o que é popular é folclórico. Para um costume ser considerado folclore é preciso ter origem anônima, ou seja, não se saber ao certo quem o criou. Deve ser aceito e praticado por um grande número de indivíduos. Também precisa resistir ao tempo e ser passado de geração em geração. A transmissão? De boca em boca. Ao pé do fogo, na beira do fogão, nos encontros sociais, na missa, enfim, no dia-a-dia do nosso país.
Para ser determinado como Fato inteiramente folclórico é preciso:
a) ser transmitido oralmente, de boca em boca, e não por meios eletromecânicos, como rádio, disco e livro.
b) ser social, praticado por muitos e não por uma só pessoa.
c) ser espontâneo, livre. Quando o professor dá um provérbio para ser analisado sintaticamente pelos alunos, aí não há o fato folclórico. já quando dito pelo mesmo professor ou pelos anos, espontaneamente, para explicar ou justificar um fato, nesse caso há o fato folclórico.
d) ser anônimo, não se conhece o autor de superstição, de uma dança popular, de um provérbio ou adivinhas.
LENDAS E MITOS
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.O folclore é a cultura de um povo, de um país, de uma civilização. Essas fábulas são a essência histórica e o engrandecimento cultural, o desenvolvimento do intelecto dos futuros cidadãos do país. Se o país continuar vivendo na marginalidade cultural talvez aconteça o que nunca ninguém jamais imaginou; O assassinato do mito, o assassinato do interior de toda uma civilização e sua tradição, o assassinato da fantasia e dos contos que um dia fizeram questionar o medo ou espalharam estórias de amor.
As lendas soam de fato um aprendizado fantasioso, mas que além de sua magia faz o leitor navegar por mares questionáveis da imaginação e derrotar toda a deficiência de anticultural ainda eminente em nosso país nos dias atuais, deflagrada pela falta de oportunidade e desinteresse através das asas mórbidas das dificuldades do cotidiano.
O folclore brasileiro é rico em personagens mágicos. Esses seres que habitam o mundo dos mitos e lendas geralmente estão associados à natureza. Algumas dessas histórias chegaram aqui com os povos que colonizaram nossas terras, como os portugueses. Outras nasceram com os índios, súditos por excelência da mãe natureza. Há aquelas que são contadas há décadas e mais décadas sem que ninguém saiba ao certo como surgiram. Surgiram da necessidade que os povos tinham de explicar e justificar fatos e acontecimentos. Com características fantasiosas, impressionantes e surpreendentes, as lendas e os mitos foram o ponto de partida para os conhecimentos científicos. Conhecê-las é viajar pelo reino do folclore com o passaporte carimbado pela embaixada do sonho e da imaginação.
MITOS COMUNS SOMENTE EM UMA REGIÃO:
Região Centro Oeste
Região Nordeste
Região Norte
Região Sudeste
Região Sul
MÚSICAS FOLCLÓRICAS
Todas as culturas criaram formas musicais para acompanhar seus trabalhos, ritos e festas. Os folcloristas acreditam que tais canções sejam fruto de criações individuais, mesmo que depois apresentem alterações introduzidas por seus usuários.
A música folclórica é geralmente monofônica (executada por uma só voz), embora em algumas partes do mundo sejam comuns as canções para duas ou mais vozes. Cumpre distinguir essa música folclórica da que se denomina popular ou ligeira, composta por profissionais para enormes platéias, e que é um fenômeno que data somente do século XIX.
Existe um grande número de cantigas e elas encantam jovens e idosos geração após geração.
ATIREI O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato-to
Mas o gato-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-ca admirou-se-se
Do berro, do berro que o gato deu:
Miau!
Mas o gato-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-ca admirou-se-se
Do berro, do berro que o gato deu:
Miau!
A CANOA VIROU
A canoa virou,
Por deixá-la virar,
Foi por causa do(a) ...Que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Tirava o(a) ... Do fundo do mar.
Por deixá-la virar,
Foi por causa do(a) ...Que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Tirava o(a) ... Do fundo do mar.
Como brincar:
As crianças giram na roda cantando a primeira quadra, na qual é mencionado o nome de uma delas. Esta, deixando as mãos das colegas, faz meia volta, dá-lhes as mãos e, de costas para o centro da roda, continua a caminhar. Novamente é cantada a primeira quadra, sendo escolhida a criança que estiver à esquerda daquela que virou. Quando todas estiverem de costas para o centro da roda, passa a ser cantada a quadra seguinte e, uma a uma, as crianças voltam à posição inicial.
CAI, CAI, BALÃO
Cai, cai, balão! Cai, cai, balão!
Na rua do sabão.
Não cai, não! Não cai, não! Não cai, não!
Cai aqui na minha mão!
Na rua do sabão.
Não cai, não! Não cai, não! Não cai, não!
Cai aqui na minha mão!
O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.
AS FESTAS POPULARES
As festas populares estão ligadas à religião e ao trabalho do povo. A cultura brasileira recebeu a contribuição de diversos povos, o que levou nossas festas populares a terem identidade própria, pois resultaram da mistura de diferentes histórias e costumes.
Em junho, o Brasil ganha arraiais coloridos. Escolas, ruas, praças e clubes são decorados com bandeirinhas, barracas e fogueiras para as festas dedicadas a São João, Santo Antônio e São Pedro. É hora de dançar quadrilha, participar de jogos e brincadeiras. Muitas são as delícias para saborear: pipoca, pinhão, pé-de-moleque, canjica e paçoca de amendoim. Os mais corajosos enfrentam o pau-de-sebo, um tronco alto e escorregadio, difícil de subir. Quem quer namorar faz simpatias e pedidos para Santo Antônio, o santo casamenteiro.
A Folia de Reis é uma das várias comemorações de caráter religioso que se repetem há séculos em nosso país. Ela é realizada entre a época do Natal e o Dia de Reis, em 06 de janeiro. Grupos de cantadores e músicos percorrem as ruas de pequenas cidades como Parati, no Rio de Janeiro, e Sabará, em Minas Gerais, entoando cânticos bíblicos que relembram a viagem dos três Reis Magos que foram a Belém dar boas-vindas ao Menino Jesus.
De origem portuguesa e com características diferenciadas em cada região do Brasil, a Festa do Divino é composta de missas, novenas, procissões e shows com fogos de artifícios. Em cidades do Maranhão, bonecos gigantes divertem as crianças, enquanto grupos de cantadores visitam as casas dos fiéis recolhendo ofertas e donativos para a grande festa de Pentecostes. Em Piracicaba, interior de São Paulo, as comemorações ocorrem em julho, às margens do Rio Piracicaba, reunindo milhares de pessoas.
Em Belém do Pará acontece anualmente em outubro uma grande festa religiosa que chega a reunir cerca de 1 milhão de pessoas: o Círio de Nazaré. A multidão lota as ruas da cidade para acompanhar a procissão, que dura até cinco horas, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Os romeiros que vão pagar promessas pela cura de doenças, por exemplo, andam descalços e seguram a corda de isolamento que protege a santa. No final, os participantes vestem roupas novas e se alimentam dos pratos típicos da região, como o pato no tucupi, o tacacá e o arroz com pequi.
ALGUMAS DAS NOSSAS FESTAS POPULARES:
MARACATU - O maracatu nasceu entre os negros de Recife, da mistura do culto católico à Nossa Senhora com a devoção aos orixás das religiões africanas.Atualmente, muitas das características sagradas e religiosas do folguedo desapareceram, e o maracatu é representado principalmente durante o carnaval.A rainha Ginga tem nas mãos uma ou duas bonecas, chamadas calungas, que detêm os segredos e mistérios da festa. No carnaval, o maracatu desfila com a rainha e as damas de honra, que são acompanhadas pelo rei, chamado Dom Henrique, por seus cavaleiros e pelo rei Tupi.
CARNAVAL - O carnaval é a maior festa popular do Brasil. Adultos e crianças caem na folia, com fantasias e máscaras, nos dias dedicados à diversão e às brincadeiras. O feriado oficial é na terça-feira que antecede a Quarta-Feira de Cinzas. Em Portugal, ele foi chamado de “entrudo”, pois ocorria antes da entrada na Quaresma. Personagens característicos e tradicionais do carnaval:
MOMO - Segundo a mitologia greco-romana, Momo era o filho do sono e da noite e sua função era cuidar das ações dos deuses e dos homens. De acordo com a história da Arte, era o ator que representava nas peças populares do teatro. Originou-se dos bobos encarregados de divertir os senhores portugueses com mímicas e farsas populares.
ARLEQUIM - Personagem da antiga comédia italiana, que tinha a função de divertir o público com piadas nos intervalos das apresentações. Amante de Colombina
COLOMBINA - Companheira de Pierrô. Namoradeira, alegre, bela, esperta. Vestia-se de seda ou cetim branco e usava saia curta e bonezinho.
PIERRÔ - Usava calça e casaco bem largos, este de grande gola franzida e enfeitado com pompons. Pierrô é o personagem ingênuo e sentimental do carnaval.
FESTAS JUNINAS - As festas juninas são comemoradas no mês de junho e são feitas em homenagem a três santos da Igreja Católica:
Santo Antônio — 13 de junho
São João — 24 de junho
São Pedro — 29 de junho
Parece que a tradição de fazer grandes festas no mês de junho existe desde a época em que nossos antepassados deixaram de viver apenas como caçadores e passaram a se dedicar à agricultura.Na Europa, depois de um inverno sempre longo, os primeiros sinais do verão e da volta do calor aparecem no mês de junho e, nessa época, começaram a ser feitas enormes festas, com grandes fogueiras, muita comida, bebida, cantos e danças, para agradecer aos céus pela chegada do verão e para pedir uma boa colheita. Com o tempo, essas festas começaram a ter padroeiros e, finalmente, incorporaram os santos da Igreja Católica. A tradição de homenagear os santos católicos em grandes festas foi trazida ao Brasil pelos portugueses e, depois, por outros imigrantes, principalmente os italianos.
Santo Antônio - 13 de junho
Santo Antônio, que se chamava Fernando de Bulhões antes de se tornar membro da Ordem de São Francisco, nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e morreu perto da cidade italiana de Pádua em 13 de junho de 1231. No Brasil, é um dos santos mais populares e considerado o “santo casamenteiro”, além de ser o padroeiro de quase 230 cidades.
São João - 24 de junho
São João Batista recebeu esse nome porque batizava as pessoas no Rio Jordão, poucos anos antes do ano zero da Era Cristã. Foi ele que, segundo a tradição católica relatada na Bíblia, batizou Jesus, cuja chegada ele profetizava com paixão. No ano de 28, a sua cabeça foi cortada e servida numa bandeja a Salomé, que havia pedido isso ao ditador Herodes. Existe uma tradição popular que diz que São João passa o dia inteiro de sua — festa 24 de junho — dormindo e, se acordasse, não resistiria ao clarão das fogueiras e desceria do céu para festejar também, o que provocaria a destruição do mundo pelo fogo.
São Pedro - 29 de junho
São Pedro foi o apóstolo a quem Jesus entregou as chaves do reino dos céus e o escolhido para construir a Igreja Cristã. Seu nome era Simão e ele recebeu de Jesus o nome Pedro, que significa "rocha". Embora não se saiba com certeza, é provável que ele tenha morrido crucificado em Roma, na época do imperador Nero, por volta do ano 64. Em 1950, o túmulo de São Pedro foi encontrado embaixo da enorme basílica que leva seu nome, no Vaticano.
OUTRAS FESTAS POPULARES: Lavagem do Bonfim, Fandango, Torém, Cavalhada, Pau-da-Bandeira, Congada, Círio de Nazaré, Festa do Divino, Candomblé, Capoeira.
CONCLUSÃO
Folclore, para a grande maioria brasileira, inclusive intelectuais de outras áreas de estudo, é hoje sinônimo de curiosidade, passatempo, coisa pitoresca, banalidade, sem-vergonhice. E essa distorção se justifica, de certa forma, por se falar demais sobre vários aspectos da cultura popular e muito pouco sobre folclore como ciência. Isto é visto em nossa imprensa sensacionalista, a televisão, o rádio e o cinema. Todo mundo faz folclore. Todo mundo é folclorista. L. C. Cascudo passou cinqüenta anos estudando e escrevendo livros para ser chamado de folclorista. Entretanto, qualquer jovem que saiba acompanhar modinhas ao violão e recitar poemas matutos já se considera folclorista. Compete aos professores, aos especialistas, aos estudiosos responsáveis desencadear uma campanha de esclarecimento sobre a importância do folclore como ciência.
O estudo do Folclore é o estudo da própria alma de um país, é o estudo do modo de ser da gente do povo, das suas maneiras de pensar, de agir e de sentir, é o estudo da feição nacional nas suas bases mais profundas e mais características. É a cultura de folk, é a mentalidade do povo, é a lição que nos vêm transmitida através das gerações, como todo saber empírico das gentes humildes que lastreiam a formação da nacionalidade, para a qual, no Brasil, contribuíram portugueses, índios e negros, cada um com seus usos, práticas e costumes.
Se não conhecemos a mentalidade do povo, toda reforma ou regulamentação em qualquer setor da vida humana será vazia e sem possibilidade de êxito. No campo da medicina, da religião, da agricultura, da técnica, ou em qualquer outro, a sementeira germinará se anteriormente o terreno foi estudado, conhecido, preparado.
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